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Renato Abrantes

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O fogo que não se extingue

11/01/2012 às 00h00

                                                         

No dia 30 de dezembro de ano que findou, a Igreja Catedral de Quixadá foi dedicada e seu altar consagrado. Presidiu à celebração o Bispo diocesano, Dom Angelo Pignoli, em presença de expressivo número de fieis e de sacerdotes do clero diocesano e religioso desta diocese.

Trata-se de um rito muito bonito, em que, após a invocação da Igreja celeste, por meio de harmoniosa ladainha, as paredes do Templo são ungidas com o óleo do crisma, como sinal da presença de Deus e da destinação eterna daquele espaço sagrado como lugar do culto divino, a liturgia. Igualmente, o altar, onde se oferece o sacrifício eucarístico, é também ungido, é consagrado, ou seja, é separado do uso comum e destinado ao uso divino.

Gestos marcantes são a incrustação de relíquias dos santos na “ara”, ou seja, no altar, para nos reavivar a certeza de que não estamos caminhando sozinhos aqui na terra, mas, somos acompanhados pelos nossos amigos do céu, e a queima do incenso sobre o altar, num sinal de que nossas orações, como a fumaça que sobe, também voltam-se para Deus.

Os grãos de incenso em contato com as brasas incandescentes provocam um incêndio controlado e restrito à área do altar. No seu centro, bem no local onde são consagrados o pão e o vinho, labaredas de fogo dominam a cena. Para mim, este é o momento mais significativo de todo o rito, pois remete nossa lembrança ao fato de que a Eucaristia é fornalha ardente de amor e de caridade.

Palavras do próprio Cristo, que asseverou ter vindo trazer fogo ao mundo, mas que também expressou o desejo de que ele já estivesse aceso. Fogo aquece e espanta o frio, protege dos perigos; fogo é transformação e nada passa por ele sem mudar-se em algo diferente, aprimorado, nem mesmo o ferro que, aquecido, toma a forma desejada pelo ferreiro.

Como o ferro, nossas almas precisam ser modeladas diariamente pela ação do Espírito Santo e pelo fogo da Eucaristia. E, como não há Eucaristia sem Igreja, eis a cerimônia da dedicação do Templo e da consagração do altar a ser lembrada e celebrada perpetuamente por todos os que, como os irmãos, almejam a construção de um mundo melhor, onde a vontade dos homens seja a vontade de Deus.

A Igreja Catedral de Quixadá está dedicada e lembra-nos que também somos Templo e Morada de Deus, Templos Vivos, feitos de Pedras Vivas, para abrigar a Santa Eucaristia, o fogo que arde no peito e nos conduz para o céu.

Onde a chama do sacrário crepita, Alguém lá nos espera. Amemos nossas Igrejas e nelas adoremos a Santíssima Eucaristia.
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Aos familiares dos falecidos na tragédia recentemente acontecida entre Aparecida/PB e Sousa/PB, minha sincera solidariedade. Aos mortos, a oração da fé: descansem em paz.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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