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Radomécio Leite

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Os urubus estão de volta

11/08/2012 às 23h41

No último domingo, dia 05, ao visitar uma garra de terra que possuo, às margens do Rio Piranhas, fiquei impressionado com a quantidade de urubus que devoravam um animal, além de outros que sobrevoavam a área. Um belíssimo espetáculo que fiquei admirando por bastante tempo.

Com o olfato mais apurado, o urubu-de-cabeça-vermelha, conforme estudos é quem encontra a comida e quem come primeiro. O urubu-rei é o maior e tem o bico mais forte, ideal para rasgar a pele da carcaça. Enquanto ele se esbalda, os demais como o urubu de cabeça preta, se afasta da carniça. O urubu-rei tem esse nome por causa do bico forte e da exuberante coloração de sua cabeça.

No mês passado um agricultor desta mesma região havia me dito que tinha encontrado muitos ninhos de urubus, alguns já com filhotes, bem alvinhos. Eles fazem seus ninhos em locas de pedras.

Na década de 60 estas aves quase foram extintas, da nossa região, em função de um veneno que era utilizado para combater a praga do bicudo que dizimou a nossa principal cultura agrícola: o algodão. Ao pulverizar as plantações insetos e pequenos animais morriam contaminados pelo veneno e os urubus ao comê-los acabavam morrendo.

Os que sobreviveram estão se multiplicando e já observamos em várias regiões do nosso município, os urubus, com seus voos imponentes, embelezando os nossos céus e prontos para fazer a limpeza e devorar as carniças dos animais que morrem para acabar com a catinga e a fedentina que infestam os ambientes.

Os cientistas ainda não desvendaram totalmente esse mistério, mas acreditam que os urubus se deliciam com comida estragada sem passar mal graças ao seu sistema imunológico e ao potente suco gástrico secretado por seu estômago. Mas isso não significa que eles prefiram carne podre à fresquinha. Acontece que os urubus não têm habilidade para caçar, pois as garras de suas patas são ineficientes para essa tarefa. Assim, só lhes resta a carcaça de animais mortos. Como é um animal necrófago, que se alimenta de carne em putrefação, faz uma espécie de "faxina" nos locais onde vive, pois elimina do meio ambiente a matéria orgânica em decomposição. Eles contam com olfato e visão apurados. São capazes de ver um bicho pequeno a três mil metros de altura!

Os urubus têm um andar engraçado e desengonçado por causa de seus pés chatos. Eles não possuem habilidade para caminhar, como fazem outras aves, e dão pequenos pulinhos para se deslocar.

Depois de ver o belíssimo bailar dos urubus fiquei meditando sobre os abutres de nossa pátria, que ficam se alimentando com o dinheiro putrefato da corrupção, que infelizmente ainda não se encontrou um inseticida capaz de dizimá-los.

O espetáculo que a justiça vem proporcionando, através da Corte Maior de nosso país, onde estão sendo julgados vários urubus-rei, num processo conhecido como Mensalão, que segundo o Procurador foi “o mais atrevido e escandaloso caso de corrupção da história” e que “maculou-se a República”, será que a impunidade, agora sentada no banco dos réus, vai sofrer alguma punição?

Será que um dia seremos feliz e livre dos carniceiros da Pátria?

Radomécio Leite

Radomécio Leite

Contato: [email protected]

Radomécio Leite

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