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Radomécio Leite

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Processo sucessório: primeiro ato

14/11/2007 às 18h15

O prefeito de Cajazeiras, médico Carlos Antonio, resolveu antecipar o anúncio, prometido para 2 de janeiro de 2008, do seu “ungido” como candidato a prefeito de Cajazeiras. Este fato deverá acontecer ainda no mês de novembro, oficialmente.

Qual, ou quais as razões que o levaram a tomar esta decisão? Nos bastidores da política comenta-se que o “burburinho” nas entranhas do poder público municipal era de tamanha proporção que já estava incomodando e atrapalhando as ações administrativas do prefeito Carlos Antonio. Já se queixava também o prefeito que a “luta surda” entre os seus auxiliares que não aceitavam este ou aquele nome, como que querendo intervir no processo, que segundo o mesmo, só a ele competia comandar, também pesou na balança, no momento da tomada de decisão, da antecipação do nome.

Esta existindo um outro fator: com o nome na “rua” Carlos vai ficar sabendo quem são os seus verdadeiros aliados e os “amigos do poder”. Aqueles que querem somente ficar agarrados “nas tetas” da “velha, querida e inseparável” muda e os que realmente vão se irmanar na luta sucessória.

“Os insatisfeitos” deverão migrar para outras candidaturas, já que se comenta tanto que vão acontecer rompimentos. Por outro lado existe uma corrente de pensamento que todos irão se acomodar, já que o sombreiro da prefeitura não é tão pequeno.

O nome que será anunciado pelo prefeito já é do conhecimento de muitos. Alguns aliados já foram “notificados” da escolha pelo próprio prefeito, que é do empresário e atual diretor do Hospital Regional de Cajazeiras, Mário Messias, conhecido por Marinho.

Uma outra liderança da chamada “situação” é o deputado estadual José Aldemir Meireles, que vive às turras, a nível estadual, com seu partido – o Democratas, em cujo diretório regional, que é filiado, o de Cajazeiras, não tem o seu domínio e portanto, a nível partidário não pode fazer “uma revolução”.

José Aldemir que deve, em grande parte, sua reeleição ao prefeito Carlos Antonio, pelo apoio decisivo do mesmo nas últimas eleições, alguns acreditam que ele, muito embora, segundo se comenta, não estava deglutindo com gosto e simpatia o nome do empresário Marinho, andou dando entrevistas às emissoras de rádio da cidade que seu nome estava à disposição do povo de Cajazeiras para ser seu candidato a prefeito e disse mais: “estou pronto, preparado e disposto”.

Esta declaração do deputado José Aldemir também deve ter influenciado o prefeito na antecipação da divulgação do nome de seu candidato. Vale ressaltar que as palavras de José Aldemir foram vistas como uma “provocação” ao prefeito, ou mesmo um recado malcriado, em cujas entrelinhas alguns leram o seguinte: não aceito o nome que estão querendo impor e quero, posso e devo participar do processo de escolha do nome do candidato a prefeito pela situação, em Cajazeiras. Carlos antes de ouvi-lo, na sua base, todos já sabiam que o nome era Marinho. Simplesmente antecipou-se a qualquer reação do deputado do Democratas. Criado o fato, o resto…

Por outro lado, “os menores”, estão começando a afinar as mãos para começar a aplaudir o nome que o prefeito indicar, até porque “os outros” têm uma corda amarrada com tantos nós à perna da prefeitura que dificilmente teriam “coragem” de se afastar das tetas do município.

Alguns poderão ficar de “cara feia”, mas para quem já comeu alguns quilos de sal ao lado do prefeito, sabe que o que ele tem menos medo é de cara feia. E ninguém melhor do que ele conhece as “entranhas do poder”, o ponto nelvrágico de cada um, suas “fraquezas”, suas necessidades. Tendo o domínio do conhecimento, possui a força da coesão em torno do nome que ele indicar.
Um outro aspecto, neste processo sucessório, que vale ser ressaltado, é o índice de popularidade do prefeito Carlos Antonio. Em pesquisa, recentemente realizada, continua com mais de 80% de aprovação, número jamais alcançado por qualquer administrador desta cidade, depois de 7 anos no exercício do poder.

As oposições receberam o nome de Marinho com entusiasmo e acreditam que vai ser um nome mais fácil de ser combatido e superado nas urnas. Tem um fator: Carlos ao lançar seu nome com um ano de antecedência vai ter tempo de “trabalhar” e agrega-lo à sua imagem “carismática” junto ao povão das periferias, região onde o mesmo tem uma maior identificação e aproximação e onde se encontra a maioria do eleitorado da cidade.

Mas, tudo leva a crer que a gota d´água que provocou o “aborto” da antecipação, foi uma reunião que teria sido realizada entre membros da família Pereira com o deputado Jeová Campos, para a qual o prefeito teria sido convidado, cujo objetivo era por o nome do advogado Adjamilton Pereira como candidato a prefeito e teria o apoio de Jeová Campos. A cortina fechou e findou o primeiro ato do espetáculo. Vamos aguardar os atos seguintes e o final da comédia.

Coluna transcrita do Jornal Gazeta do Alto Piranhas


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Contato: [email protected]

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