header top bar

Réa Sylvia

section content

Quando se separa

19/06/2025 às 21h03

Foto: pexels.com

Por Réa Sylvia – Separar é doloroso, mas ficar também é. Você tem que escolher qual a sua batalha.

Separar é ter coragem de mudar a rotina, para mexer em um lugar que por mais desconfortável que esteja, é conhecido.

Separar custa, custa dinheiro, custa dividir bens que estão envolvidos, custa até dividir o cachorro de estimação, custa conversar com os filhos, negociar com crianças ou pré-adolescentes que não tem a compreensão necessária para saber que não foi por culpa deles.

É a desconstrução de um castelo que a gente construiu, onde achávamos que era fincado na rocha, na verdade se tornou areia movediça. Investimos todas as nossas fichas, e acreditamos no “felizes para sempre”, sem saber que o pra sempre, sempre acaba.

Por mais que não esteja bom, separar dói. E fica a interrogação se vai ser algo melhor, ou é trocar o certo, que é incerto, pelo duvidoso.
Mas o mais difícil, o mais doloroso, o pior e mais complicado, é permanecer numa relação que te consome diariamente, cada pedacinho seu, cada célula boa sua, cada parte das boas histórias vão dando lugar a traumas invisíveis.

E a cada dia que a gente tem que suportar o insuportável, é um pedacinho nosso que morre, é aí onde a gente se desconecta da nossa essência para caber em um lugar que não é nosso. Para caber em expectativas dos outros, e fingir que amanhã tudo vai ficar bem, mas nunca fica.

A coragem de separar-se transcende o simples ato de afastar-se fisicamente. É um gesto profundo de autoconhecimento e respeito próprio.
Requer um coração valente para reconhecer que certos laços, por mais significativos que tenham sido, já não nutrem a alma como antes.
A gente se entrega, luta e tenta de todas as formas. Mas quando a dor supera o amor, é o momento de reescrever a nossa história. Desistir não é fraqueza, é um ato de coragem e amor-próprio.

Encerrar um ciclo não é o fim, é a chance de se abrir para um novo começo. Às vezes, segurar o que já não faz sentido pesa mais do que soltar. Ao encerrar um ciclo, respeitamos a nossa jornada e a do outro, criando espaço para o renascimento dentro de nós.

Eu precisei aceitar que a felicidade não podia ser encontrada no mesmo lugar que me feriu tantas vezes. Foram inúmeras tentativas, esperanças renovadas, mas a dor sempre voltava, insistente. No fundo, eu sabia que, por mais que eu quisesse acreditar na mudança, o ambiente que me causava tanto sofrimento não seria capaz de me oferecer a paz que eu buscava.

É chegada a hora de partir, por uma questão de autopreservação. Não é fácil.

Nesse ato de coragem, encontramos a liberdade de sermos verdadeiros com nós mesmos e a possibilidade de um novo começo, onde florescemos em nossa plenitude.

Separar-se é um ato de auto amor, uma escolha consciente de abrir espaço para o crescimento e a renovação. É aceitar que a dor da despedida é temporária, mas a paz que advém da integridade é eterna.

Dói mais segurar a corda invisível do que soltar o respiro de alivio.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Réa Sylvia

Réa Sylvia

Réa Sylvia Batista Soares – Advogada inscrita na OAB/PB, ativista e escritora, natural de Cajazeiras – PB, nascida em 23 de setembro de 1983. Com uma sólida formação acadêmica em Direito pela Universidade Federal de Campina Grande (2007), complementada por pós-graduações em Direito e Processo do Trabalho e Direito e Processo Previdenciário (2010), além de especialização em Direito das Famílias pelo IBDFAM.
Atuação Profissional e Liderança Feminina
Atualmente, Réa Sylvia é sócia do escritório Edilza Batista Advogadas Associadas, onde lidera a área estratégica voltada à defesa dos direitos das mulheres em diversas esferas do Direito.
Além disso, exerce papéis de liderança em organizações que promovem a equidade de gênero e a justiça social. É presidente da Comissão de Direito das Famílias e Sucessões da OAB/PB – Subseção Cajazeiras (2025–2028) e presidente do Instituto Virada Feminina na Paraíba (2025). Coautora do livro “Virando Páginas”, produzido pela Virada Feminina Internacional, e autora do e-book “Guia Prático para Mulheres em Fase de Divórcio”, que serve como recurso educativo e jurídico para mulheres em transição de vida.
Membro do IBDFAM, Mãe do Caio, Théo e da Maria Alice

Contato: [email protected]

Réa Sylvia

Réa Sylvia

Réa Sylvia Batista Soares – Advogada inscrita na OAB/PB, ativista e escritora, natural de Cajazeiras – PB, nascida em 23 de setembro de 1983. Com uma sólida formação acadêmica em Direito pela Universidade Federal de Campina Grande (2007), complementada por pós-graduações em Direito e Processo do Trabalho e Direito e Processo Previdenciário (2010), além de especialização em Direito das Famílias pelo IBDFAM.
Atuação Profissional e Liderança Feminina
Atualmente, Réa Sylvia é sócia do escritório Edilza Batista Advogadas Associadas, onde lidera a área estratégica voltada à defesa dos direitos das mulheres em diversas esferas do Direito.
Além disso, exerce papéis de liderança em organizações que promovem a equidade de gênero e a justiça social. É presidente da Comissão de Direito das Famílias e Sucessões da OAB/PB – Subseção Cajazeiras (2025–2028) e presidente do Instituto Virada Feminina na Paraíba (2025). Coautora do livro “Virando Páginas”, produzido pela Virada Feminina Internacional, e autora do e-book “Guia Prático para Mulheres em Fase de Divórcio”, que serve como recurso educativo e jurídico para mulheres em transição de vida.
Membro do IBDFAM, Mãe do Caio, Théo e da Maria Alice

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: