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Nadja Claudino

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Que Pastelão!

06/08/2008 às 11h07

Vinha eu passando pelo centro da cidade de Sousa, daquela maneira falsamente distraída que me é peculiar, quando meus ouvidos de morcego e meus olhos de lince perceberam um papo estranho numa barraquinha logo ali, em frente à faculdade de Direito. Três homens enchiam as bochechas:

– O Fábio Tayrone tá mais gostoso, confirmou um.
– Faz o seguinte: me dá um Lúcio Matos aí, com bastante pimenta, pediu o outro.
– Não vai comer um André Gadelha, perguntou o terceiro.
– Mete mais ameixas no Jota Cândido, rapaz!

Tratava-se, pois, da barraca do Fernando dos Pasteis. O cara, que não é bobo nem nada, e com uma veia empreendedora típica do brasileiro que se vira como pode, resolveu aproveitar a efervescência política que Sousa atravessa e com uma sacada de marketing de mestre, criou os pasteis com os nomes dos candidatos a prefeito da cidade.

São quatro sabores: o pastel Fábio Tayrone é de catupiri. O André Gadelha tem salame e bastante azeitona. Já o Lúcio Matos traz uma camada de orégano por cima. E, por fim, o Jota Cândido, que surpreende com a mistura de ameixa.

As vendas triplicaram em poucos dias. E não foi só isso. Enquanto eu comia um Fábio Tayrone acompanhado de um pingado de café com leite, Fernando me confidenciou também alguns segredos mais recônditos do mundo dos pastelões… Digo: das pastelarias. Veja:

1º: todo pastel deve ser feito com queijo mussarela, aquele que, depois de certo tempo, não cheira a boa coisa.
2º: não amasse a massa com tanta força. Você nunca sabe o que um pastel vingativo pode fazer com você depois.
3º: economize recheio. A gente sabe que por fora os pasteis podem ser lindos, mas por dentro, metade é puro vento.
4º e último: pastel é um negócio que enjoa rápido. Mude de sabor com certa freqüência.

Jocivan Pinheiro (www.osfilhosdoshippies.blogspot.com)

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Contato: [email protected]

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