Refletindo sobre a violência autoinfligida
O mês de setembro traz ao longo dos seus trinta dias um motivo para reunir pessoas, entidades, e promover ações com o intuito de atuarem em prol de uma causa importante, em específico neste mês se faz alerta para um grave problema de saúde pública, o suicídio.
No Brasil a ocorrência desse tipo de violência nos faz refletir o quanto a sociedade vem adoecendo de um mal que não pode ser mensurado do ponto de vista físico, mas analisado no campo psíquico e mental.
Entendemos que transformações de vida, sejam positivas ou negativas podem existir e são para todos, mas como lidamos com tais mudanças, o quanto elas nos impactam é o que faz diferença.
O fato é que não se deve “virar as costas” para determinantes sociais, econômicos, de ordem do campo da saúde e da existência do sujeito, estes precisam ser trabalhados, e não dependem unicamente de ação individual, mas de uma coletividade, e claro, não se pode reduzir a causa do suicídio a um determinado acontecimento, há inúmeros fatores.
Para todos é imprescindível o atendimento das necessidades básicas, o suporte nas adversidades, e o acolhimento na ocorrência de condições que impactam a vida do sujeito, entendendo que acontecimentos diversos podem ocasionar sofrimento, e o sofrimento aproxima a violência autoinfligida.
Diante de tal fato, conversar sobre a temática, instituir estratégias interventivas que facilitem as dificuldades elencadas pelos sujeitos, atuar nas e pelas políticas públicas já existentes, prevenir o adoecimento e promover resolutividade para as ações assistenciais deve ser o marco inicial.
Em uma condição de sofrimento, escutar: “estou aqui!” “Pode contar comigo!” “Me chame para o que precisar!” Procurar um serviço assistencial e não encontrar apoio e acolhimento ou não conseguir se quer atendimento porque, muitas vezes há agendamento para um atendimento distante, não são eficientes nem tampouco suficientes. De fato frases ou ações como estas, não colaboram com a resolutividade de tal problema.
Este tipo de violência advém e se traduz em sofrimento psíquico e social para quem vivencia todo o processo, seja em qual condição ou circunstância se encontre: a vítima de violência autoinfligida, a família e amigos, os conhecidos, os desconhecidos, toda sociedade sente a dor da “escolha do sujeito” que de opção não há nada. Essa dor acontece não porque está em todos nós, mas porque é algo que assusta, que nos faz compreender a fragilidade que “carregamos” e que não podemos controlar.
Para a vítima há a certeza de que o único caminho é a violência autoinfligida, para os mais próximos o pensamento que envolve culpabilidade por não perceber e ter ajudado na cessação daquela condição de sofrimento, para os desconhecidos existe a dificuldade de entender a motivação de tamanho problema que contribui para tal condição.
Há então a eminente necessidade de atuar em prol da efetiva prevenção e promoção da saúde neste sentido; Há urgência em entender o que de fato vem acontecendo na sociedade para o aumento de casos de suicídio.
Obviamente pensar em um fator causal único não atenderia a urgente necessidade de intervenção neste campo porque sabemos que as causas são inúmeras, e que cada sujeito é único em seu campo de saúde e de existência.
Para que possamos intervir positivamente é preciso que a sociedade compreenda além dos determinantes para esse problema, é importante, de posse do diagnóstico situacional, que ações de saúde aconteçam de maneira efetiva, e que pessoas tenham verdadeiramente em suas mãos acessibilidade a assistência nessa área do saber, quer seja, que o sofrimento que não é visto, mas é profundamente sentido possa ser acolhido, e que intervenções sejam de fato efetivas. E como dito em um destes posts que circulam no mês de setembro sobre suicídio e que utilizamos aqui referenciado – RESPEITO AO OUTRO JÁ É UM COMEÇO! Respeito por você, pelo outro, por estratégias de resolutividade de problemas, pela efetiva assistência, pela vida, por todos nós!
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