header top bar

Francisco Inácio Pita

section content

Salário de professor…

17/06/2009 às 19h15

Por Francisco Inacio

Tradicionalmente, se atribui o baixo pago aos professores como causa do péssimo resultado do Brasil na educação. É simplesmente um ponto que não corresponde à realidade, o pequeno salário pago ao professor, contribui um pouco, mas não chega a ser o maior problema na educação brasileira. Um dos principais problemas é a má distribuição de recursos na educação e a forma como se investe neste setor. Um exemplo da Paraíba, o governo mandou para algumas escolas do estado, vários computadores, mas já chegaram desatualizados. Ou sim, produto talvez de oitava classe que se danificaram rapidamente, ficando as escolas somente com o estoque de computadores queimadas. Algumas escolas enviaram as reclamações, ainda no governo Cássio Cunho Lima, mas até onde se sabe, ninguém tomou as providencias necessárias, concluímos pela nossa escola, e achamos que as demais também estão assim, investindo altas quantias e sem um bom gerenciamento, na maioria dos casos, firmas laranjas ganham a concorrência para a venda de produtos ao estado.

Falando ainda na questão salário, observamos na última edição da revista Economist que traz alguns números, colhidos pela OCDE e pela Unesco, que justamente ajudam desmistificar o peso do orçamento sobre o desempenho brasileiro em sala de aula. Não são dados exatamente novos, mas não custa olhar para eles com a devida atenção. Podemos observar, no topo do ranking de leitura, os alunos da Coréia do Sul e os brasileiros, mais uma vez, estão entre os últimos. Pela lógica determinista do dinheiro, era de se esperar que o Brasil canalizasse menos dinheiro para o ensino e a Coréia mais. Mas isso não acontece. Enquanto os gastos públicos com a educação brasileira correspondem em média 5,1% do PIB do país, na Coréia a fatia é mais modesta, 4,41%. Veja o caso da Indonésia, país bem mais pobre do que o Brasil e que também investe menos em suas escolas, é outro que está à nossa frente no ranking de leitura. Não significa que mais dinheiro para o ensino básico brasileiro não fosse bem-vindo, sempre ajuda, mas o que faz mesmo a diferença é investi-lo bem. E isso ainda falta ao Brasil, tanto por falta de competência de alguns como falta de honestidade nas aplicações.

A estrutura conceitual de avaliação do Enem, delineada no Documento Básico, de 1998, que definiu as suas características gerais, vem sendo aprimorada e consolidada a cada aplicação do exame, sem, contudo, afastar-se dos fundamentos estabelecidos na concepção original. O ponto de partida para estruturação do Enem foi o advento da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, que introduziu importantes inovações conceituais e organizacionais no sistema educacional brasileiro. Os ensinos médios, que ganhou uma nova identidade como etapa conclusiva da educação básica, receberam a atribuição de preparar o aluno para o prosseguimento de estudos, a inserção no mundo do trabalho e a participação plena na sociedade.

A base epistemológica do Enem, portanto, tem como principal fundamento o conceito de cidadania, dentro de uma visão pedagógica democrática que preconiza a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Estes são os principais atributos que a LDB relaciona ao perfil de saída do aluno da escolaridade básica. Tomando como referência principal à articulação entre educação e cidadania firmada pela Constituição Federal e ratificada pela LDB, o Enem foi criado com o objetivo de avaliar o desempenho do aluno ao final da escolaridade básica, para aferir o desenvolvimento das competências e habilidades requeridas para o exercício pleno da cidadania.

Como primeiro passo para operacionalizar o exame, o Inep elaborou, com a colaboração de especialistas, uma matriz de competências e habilidades que são próprias ao sujeito na fase de desenvolvimento cognitivo correspondente ao término da escolaridade básica. Este elenco de competências e habilidades associa-se, por sua vez, aos conteúdos curriculares do ensino fundamental e médio. A proposta do Enem já surgiu, portanto, alinhada às Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que preconizam uma ampla reorganização curricular em Áreas de Conhecimento. Constituem, ainda, referências importantes para a estruturação do Enem dois documentos elaborados pelo Ministério da Educação para orientar os sistemas de ensino e as escolas no desenvolvimento do novo currículo: os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (2000) e as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (2006).

A nova organização curricular do ensino médio segue uma tendência internacional de valorizar a formação geral na educação básica. Esta formação requer uma sólida aquisição dos conhecimentos e conteúdos das ciências e das artes, associada ao desenvolvimento de competências e habilidades para operacionalizá-los na solução de problemas. Esta concepção favorece a complementaridade e integração entre os conteúdos das diversas disciplinas e áreas do conhecimento, em contraste com o ensino compartimentalizado dos currículos tradicionais. Em sintonia com esta tendência, o Enem foi concebido como uma prova interdisciplinar, uma das características que o distingue dos vestibulares e exames similares.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: