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Radomécio Leite

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Semana Santa

20/03/2008 às 12h48

Uma semana de um dia. Na verdade a semana santa, nos dias atuais, está resumida apenas a sexta-feira. No mundo capitalista não cabe mais sete dias feriados para uma reflexão sobre Paixão e Morte do filho de Deus.
Do Domingo de Ramos, que precede a celebração da Páscoa até o sábado com a Vigília Pascoal, o único dia que restou como feriado foi à sexta-feira.

Jesus Cristo, o Messias, para nós cristãos, ele é o centro dos destinos da humanidade. Suas lições nos levam a refletir sobre a nossa passagem na terra. Por que Cristo ao entrar em Jerusalém, no Domingo de Ramos, não o fez igual aos grandes generais da História Antiga, montado em garboso cavalo e sim num simples jerico? Esta foi uma de suas lições dentre outras em que demonstrou uma grande humildade.

“Maria ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos”. Esta atitude de Maria, que ungiu os pés de Jesus, mostra um reconhecimento pelo Dom da Vida que Jesus comunicara ao ressuscitado Lázaro: é o amor que responde pelo amor. O gesto de Maria, objetivamente considerado, tem um significado que transborda em muito a sua intenção pessoal.

Inconsciente e involuntariamente anunciou a morte-glorificação de Jesus.
Na quarta-feira, celebra-se o arrependimento de Maria Madalena merecendo, assim, por seu amor, o perdão de seus pecados. Quantas madalenas nós já perdoamos em nossas vidas. Poucas ou nenhuma e o pior sobre elas temos enormes preconceitos e rejeição.

E os discípulos de Jesus? Judas, que o traiu, depois que o acompanhou o tempo todo, foi o escolhido para entregá-lo. E Pedro que o negou três vezes!

A quinta-feira é a noite de dor. Dois dos mais íntimos discípulos de Jesus, que ele escolheu para segui-lo, tornaram-se seus inimigos. Pedro negará Jesus, Judas o trairá. Na nossa vida quem não já passou por igual situação, de ser traído, negado, humilhado, pisado, muitas vezes não por estranhos, mas pelos nossos melhores amigos. Existe até um ditado popular que diz: “de onde menos se espera é de onde sai”.

A sexta-feira, dia em que Jesus “inclinou a cabeça e rendeu o espírito”. O evangelista João destaca que a paixão é a exaltação, a glorificação, o momento, a hora. Eu, particularmente, sempre “gostei” mais do domingo, o domingo da ressurreição, quando a vida renasce, não há mais morte e é o ponto culminante de nossa vida cristã. O anuncio da páscoa significa o fim das trevas, do egoísmo, da injustiça, do pecado.

Feliz páscoa! Sempre achei esta saudação muita significativa. É símbolo de ressurreição, luz e vida.

Infelizmente não celebramos, como antigamente, a Semana Santa. Nos meus tempos de estudante, a partir da segunda-feira as aulas eram suspensas. O jejum era um item obrigatório na minha família. O meu pai, mesmo com os “avanços” da própria igreja, sempre permaneceu fiel aos costumes antigos: abstinência total de carne e jejum. Visitava na sexta-feira os encarcerados e doentes nos hospitais e reservava um pouco do que tinha para distribuir com os mais necessitados. A semana santa tinha um significado muito profundo em sua vida e estas lições ele as repassou para todos os filhos.

Os ensinamentos de Jesus, o seu calvário e a sua ressurreição mostram-nos o valor real e concreto do seu testemunho pela justiça e pela verdade e nos orienta na compreensão do verdadeiro caminho que todo bom cristã deve seguir para que a luz possa brilhar em todos os dias na sua vida.

Feliz páscoa!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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