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Maria do Carmo

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Ser pai: brincadeira ou séria missão?

25/08/2015 às 17h12

Ser pai não é brincar de plantar espermas, mas aguardar o resultado com a disposição de amar, acompanhar preparar os filhos e filhas para a vida. Há muitas alegorias a respeito da missão de ser mãe, enfatizar  a importância  do pai no processo de procriação e criação é também fundamental, haja vista que um filho ou uma filha é o resultado do encontro de gametas que se encontram dando origem  ao novo ser humano e é neste momento que o homem ganha a condição de pai e a mulher a condição de mãe.

Com o nascimento do bebê a relação entre pais e filhos começa a ficar mais concretizada, no entanto, é comum se observar vários casos em que a presença paterna vai ficando distante ou quase nem existe e o que é intrinsicamente ligados  passam a ser encarados com  olhares distantes, o apego torna-se  inexistente, indiferente manifestados pelas atitudes de certos pais que nem querem saber se o filho ou filha nasceu, em outras palavras: “não tenho nada a haver”, “te vira” enquanto o olhar ingênuo da criança pode expressar “não pedi para nascer, você me possibilitou esta condição, porque não é o meu amparo? Preciso de você, da sua atenção”!

Enquanto ser dotado de inteligência, o pai não é um simples reprodutor do gênero humano, escurecer seu dever, negar as origens de progenitor quando se nega a dividir as responsabilidades na criação daquele(a) que nasceu é uma dupla atitude  desumana, visto que a mãe passa a enfrentar a jornada de além de parir, criar e educar os(as) filhos(as) quando deveriam ser atribuições  compartilhadas com o pai que às vezes  levados pela frieza e indiferença numa visão errônea fogem  do compromisso de ser realmente “pai” não sabendo os mesmos que estão construindo sérias frustrações naqueles os quais esperavam o apoio, o amparo, a atenção.

Os laços afetivos “do pai” fortalecem àqueles(as) cuja vida foi possibilitada. Para tanto, é preciso doação, amor, cumplicidade de quem em parte, contribuiu para alguém nascer.

Jogar toda responsabilidade nas costas da mãe e achar que “ela gosta de padecer no paraíso” é utópico, não há paraíso com sofrimento, é também injusto: os dois têm parcelas iguais no ato da fecundação, portanto as obrigações dos mesmos devem ter pesos. 

A teoria freudiana, focaliza que nenhuma necessidade é tão importante durante a infância de uma pessoa que a necessidade de sentir-se protegido pelo seu pai, é comprovado cientificamente o quanto é fundamental a participação do pai na vida da criança. Mesmo entendendo que a realidade familiar no tempo de Freud era diferente. Nos dias de hoje, a família vem passando por transformações as quais complicam a relação entre pais e filhos, porém não se pode fugir desta realidade, mas buscar soluções para conviver frente à nova situação, mesmo com as mudanças as atribuições de ser pai não mudaram, a Ciência busca outras conclusões, não obstante jamais “os pais vão deixar de ser pai” e “os(as) filhos(as) deixarem de serem filhos(as)”, são vínculos inseparáveis e na fase infantil torna-se ainda mais  necessário esta aproximação.

É importante enfatizar que há famílias  nas quais pais e filhos vivem no mesmo espaço, mas distantes,  são os pais apenas presentes fisicamente enquanto a aproximação é inexistente. Filhos que dormem em quartos separados dos pais apenas pela parede, embora os muros do diálogo entre ambos sejam de grandes espessuras. O contato entre pai e filho só acontece para o repasse de imposições, regras e prendas materiais como forma de camuflar o sentimento amoroso tornando os filhos ansiosos, carentes de afeto: pais que apenas vivem não convivem com os filhos.

Pais presentes são aqueles que mesmo morando em espaço geográfico diferente dispõem os momentos especiais para se aproximar dos filhos: conversando, aconselhando, apoiando-os nas decisões, observando-os as suas tendências e ensinando-os a conhecer as virtudes do bem características inerentes ao ser humano,   como também a conquista dos bens culturais e materiais. Este pouco espaço de tempo significa muito: é interação que aproxima os mesmos possibilitando-os comungar ideias e desejos, conhecer os problemas de ambos planejar futuros, superar ansiedades; tudo isso e muito mais  ajudam aos filhos a adquirirem experiências enfim, a figura paterna representa solidez, firmeza nas quais os  filhos preparam os alicerces para construção da vida adulta.

Talvez os pais nem percebam o quanto os filhos e filhas os consideram tão importantes, mesmo aparentando serem ásperos na forma de falar ou agirem, (fica claro que não se trata de violência); a sensação de segurança, através da atenção, expressões visuais e atitudes dos pais na fase infantil e na adolescência dos filhos exercem influência positiva no equilíbrio da personalidade na vida adulta. Foi provado cientificamente que a carência afetiva na fase infantil pode causar no adolescente e consequentemente no adulto sérios desvios de conduta, nesta situação o pai também colaborou para triste situação. Os dois (pai e mãe) são co-responsáveis pelos bons ou maus resultados da sua relação com os filhos.

A comemoração do “dia dos pais” e do “dia das mães” surgiu da necessidade de se valorizar a importância destes dois seres; só que ser pai e ser mãe não é só um dia. De onde surgiu a ideia do dia especial para homenagear os pais? O jovem Elmesu homenageou o seu pai Nabucodosor, rei da Babilônia, com o cartão moldado em argila (primeiro cartão) neste, o filho desejava ao seu pai sorte, saúde e vida longa. 

Professora Maria do Carmo de Santana
Cajazeiras agosto de 2015

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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