Será que Bolsonaro planeja um golpe em 2022?

Presidente da República, Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil)

Por Professor Heberth Melo

Havia uma perspectiva assustadora de que o extremista de direita Jair Bolsonaro tornar-se presidente do Brasil, o mesmo possuía um histórico de ofender, gays, negros, mulheres e minorias, este também elogiava a tortura e o autoritarismo. O pesadelo tornou-se ainda maior quando a perspectiva realizou-se em 2018. O agora presidente não apenas usou uma lei de segurança nacional da época ditatorial brasileira para perseguir os críticos como também supervisionou o aumento do desmatamento na Amazônia, além de tudo isso permitiu que o COVID-19 se alastrasse sem controle, atacando as medidas restritivas de distanciamento bem como o uso de máscaras e de vacinas. Mais de quinhentos mil brasileiros já morreram até agora. “Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno” afirmou pela plataforma Twitter o ex-presidente da Colômbia Ernesto Samper. Além de tudo isso com sua política de imunidade de rebanho, deu início a variante P1 que coloca em risco outros países.

Com uma pesquisa mês passado mostrando que 59% dos eleitores rejeitam o atual presidente brasileiro, Bolsonaro parece estar preparando-se para um resultado desfavorável nas eleições de 2022. Esse ano ele já demitiu o ministro da defesa, um general aposentado e amigo de longa data que, no entanto, criticou as tentativas de Bolsonaro de usar as Forças Armadas como ferramenta de política pessoal. Os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, também foram demitidos – supostamente quando estavam prestes a renunciar.

Há a possibilidade que, inspirado pelo ex-presidente estadunidense Donald Trump o Presidente Bolsonaro queira agarrar-se ao poder e dar um golpe? Sim! A manobra que o presidente quer fazer, é orientada pelo mega bilionário Steve Bennon que utilizando as redes sociais já vem implementando governos de direita em todo o mundo, através de golpes de estado, para barganhar poder e ganhos económicos. No caso do Brasil, há ainda a influência de um pseudo filósofo chamado Olavo de Carvalho, que recrutou milhões de brasileiros com uma literatura charlatã, sem base filosófica ou sociológica, utilizando o ódio como retórica, teorias conspiratórias e a idiotice como ferramenta de manipulação.

Acredita-se que haja sim um movimento de “golpe” já que quando houve a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos no dia 06 de janeiro, o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro não lamentou a invasão, mas, sim, a desorganização dos invasores, atestando assim que os Bolsonaro são pelo menos em parte, a favor do poder ser tomado a força, sem o devido trâmite do processo democrático.

Desta maneira, entende-se que diferentemente dos Estados Unidos que apresentam instituições fortes, com credibilidade, garantidoras do devido processo democrático, pode sim, no Brasil haver um golpe institucional contra a democracia, já que as instituições brasileiras não tem a mesma lisura, credibilidade e independência das instituições estadunidenses.

Além disso, o presidente Bolsonaro vem insistindo que houve fraude no processo eleitoral, sem apontar nenhuma prova, o mesmo quando obrigado pelo Ministro Barroso a apresentar as supostas provas, admitiu não tê-las, soltando a seguinte pérola “No mínimo, empatou. Se eu não tenho prova, também não tem prova que não teve”. Tal declaração prova no mínimo a má fé do gestor do executivo nacional. A insistência nessas alegações levam a crer que o presidente pretende implementar o voto impresso, que ao longo da história brasileira, como o voto de cabresto que era impresso e era controlado pelos coronéis havendo inúmeras fraudes. Na atualidade a imposição por grupos que controlam áreas mais carentes do Brasil, como as milícias, que poderão exercer o seu poder e forçar o eleitor a votar pelo medo, fazendo o Brasil retroceder no tempo, no combate a corrupção e favorecendo as fraudes eleitorais. Diante de todos os fatos apresentados, poderá o Brasil sofrer, nas mãos de Bolsonaro, um golpe contra sua democracia nas eleições de 2022, assim como ocorreu com Trump nos Estados Unidos em 2020.

Quem viver, verá…

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Heberth Melo

Possui formação acadêmica em Direito pela UFCG e Letras pela UFPB. É docente no ensino superior, na Faculdade São Francisco da Paraíba, FASP, Especialista em Direito Civil, Direito Penal, Processual Penal e Criminologia. Mestre em Ciências da Educação Pela UTIC – PY e Mestrando pela UERN em Ciências Sociais e Humanas.

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