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Adjamilton Pereira

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Velhos fantasmas

24/11/2010 às 09h11

Passadas as eleições todas as atenções políticas se voltam para a montagem dos governos. Nesse cenário, negociações e estratagemas são acionados pelos mais diversificados grupos políticos, na tentativa de aquinhoar um bocado da fatia do poder que se reparte entre artimanhas mil.

Todos empunhando a certeza da responsabilidade de vitória dos eleitos se sentem no direito de reivindicar os melhores postos no Governo, o controle das autarquias mais visíveis e as funções que podem render maior notoriedade e densidade pública como trampolim para futuros vôos políticos.

São arranjos movidos mais por interesses pessoais ou de grupos, abafando as propostas e os propósitos que, nos palanques, fizeram a montagem de projetos e programas de governo.

As verdadeiras demandas do povo são facilmente esquecidas quando a moeda de troca passa a ser os arrumados dos grupos e das fatias políticas que, por ainda acreditarem senhoras das vontades e desejos de uma maioria, se arvoram em defensoras da soberania.

Muitas das intenções que, nos palanques motivaram multidões e alimentaram esperanças de mudanças, são ressignificadas. Os propósitos de uma saúde de qualidade e acessível a todos se resume a indicação de quem vai dirigir o hospital ou, até mesmo, de quem vai guiar a ambulância que, diariamente, transporta doentes para centros mais avançados, numa triste e deplorável rota de dor e sofrimento. Afinal, as duas funções têm sua relevância pública e, portanto, podem ser importantes alavancas para a projeção política de seus ocupantes.

O intervalo entre as eleições e a posse dos eleitos traz, portanto, farto material para a imprensa especializada e, concomitantemente, agrava nossas angústias e decepções com a vivência política e os caminhos que a atividade pública trilha. Quem fica com o maior quinhão? Quem indica os nomes para os cargos mais relevantes? Como se vai distribuir os cargos públicos de determinada área que está sob a influência e comando de uma liderança determinada e que teve significância nos resultados das urnas?

A repetição desses comportamentos, no entanto, não são suficientes, para desmerecer a importância do processo eleitoral como espaço de vivência da cidadania. O debate de propostas, as intenções e intencionalidades que são publicizadas nos debates e embates de idéias favorecem o aprimoramento da consciência política e o amadurecimento da prática democrática.

O que os comportamentos desviantes revelam é tão somente a distância que ainda nos separa de uma prática política mais verdadeira. Ainda estão bastante imbricados velhos vícios que, como fantasmas, insistem em assombrar a possibilidade verdadeira de uma vivência política mais autêntica e respaldada nos legítimos interesses e demandas populares.
 

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira

Adjamilton Pereira é Jornalista e Advogado, natural de Cajazeiras, com passagens pelos Jornais O Norte e Correio da Paraíba, também com atuação marcante no rádio, onde por mais de cinco anos, apresentou o Programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, além de ter exercido a função de Secretário de Comunicação da Prefeitura de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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