Violência em Discussão

Violência em Discussão

Por Anúbes Pereira de Castro

A violência é um fenômeno polissêmico e detentor de múltiplas faces que tem forte relação com as interações humanas, vem crescendo ao longo dos anos e se tornando um problema de todos.

Considerando uma discussão tão atual, vamos refletir juntos sobre os diferentes contextos que envolvem este fenômeno, a condição humana, os avanços e recuos das políticas públicas e propostas alternativas para s populações vitimizadas.

A violência como apresenta a mídia, vem assolando ambientes que antes não eram pensados como possíveis de tal fenômeno, a exemplo de lares de famílias trabalhadoras, instituições de assistência à saúde ou outros ambientes públicos de uso coletivo, como escolas, igrejas, repartições públicas, trânsito, locais de lazer, a exemplo de shoppings, praias, entre outros, além de regiões onde o sossego era até a última década, considerado ambiente de tranqüilidade. Mas o que vem acontecendo?

Viver constitui estar conectado ao outro, interagir em seu meio, quer seja, social, cultural, econômico, e até mesmo, na era da tecnologia, nas redes sociais.

No entanto essas relações interpessoais diretas ou indiretas, por vezes geram conflitos, isto porque somos semelhantes na constituição anátomo-fisiológica, mas podemos nos manter parecidos ou diferir nas questões que envolvem o comportamento, pensamento, interesses… É a partir dessas semelhanças/divergências que nasce o amar/odiar, aceitar/desrespeitar, compreender/agredir…

A partir dessas relações de convivência podem surgir os conflitos! Não queremos reforçar a idéia de que na convivência com o outro geramos conflitos, queremos fazer refletir que é a partir destas relações que podemos e devemos respeitar o outro, fortalecer os vínculos, promover harmonia e fazer o bem.

Mas, qual a relação desse pensamento “puro” e simples com o fenômeno da violência? Pois bem, a violência como citamos anteriormente tem características e tipologias diversas e estas, muitas vezes, são praticadas pelo agressor e/ou “recebida” pela vítima, sem que seja percebida, sem consciência de sua prática/consentimento/aceitação.

A violência de acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS (2002), é o uso de força física ou poder, em ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação.

Algumas características das sociedades contemporâneas configuram normas culturais preocupantes, entre elas: falta de reconhecimento individual e coletivo, uso abusivo de álcool, de armas de fogo, desrespeito entre pessoas. Todos constituem fatores de riscos e violência para a humanidade.

Convidamos todos a refletirem conosco a respeito de nossas condutas e práticas sociais alicerçadas em nossos pré-conceitos, construção cultural e ideologias que repercute de maneira inexorável em diversos campos do conhecimento, na esfera individual e coletiva, tendo lugar de destaque como objeto de estudo para a saúde pública contemporânea.

Anúbes Pereira de Castro
Docente da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; Doutora em Saúde Pública pela ENSP/FIOCRUZ; Mestre em Saúde pública pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB; com Residência Médico-cirúrgica pelo Hospital das Clínicas / Universidade Federal de Pernambuco – HC/UFPE; Membro do Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos CFP/UFCG; e Líder do Grupo de pesquisa Violência e Saúde UFCG/CNPq.

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Anúbes Castro

Anúbes Pereira de Castro
Docente Universidade Federal de Campina Grande UFCG
Doutora em Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ
Mestre em Saúde Pública UFPB
Residência Médico Cirúrgica UFPE
Líder do Grupo de pesquisa Violência e saúde UFCG/CNPq
Membro do Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos CFP/UFCG
Coordenadora de Pesquisa e Extensão UAENF/UFCG
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