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Renato Abrantes

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Viver é mais que sonhar

15/11/2011 às 00h00

                                                                   

Todos os dias a vida recomeça. Começa e recomeça, porque termina.

O dormir, qual morte, lança-nos num estado de completa inconsciência. Na verdade, entregamo-nos aos nossos sonhos, quais etéreas previsões do que será o amanhã. Mas, não tanto. Bem sabemos o que são os sonhos. Reformulação do ontem. Deixa pra lá. Freud que explique.

O sono assemelha-se à morte, já entenderam os romanos antigos. E mortos ficamos. Duas, três, cinco, oito ou dez horas ali, parados, inertes, esperando o amanhecer e susceptíveis a tudo o que nos possa acontecer, sem maiores questionamentos.

O acordar, depois do sono, parece com o nascer. Ou, também, com o renascer, com o ressuscitar. Depois da morte, a vida, e não o contrário. Esta é a mais real realidade, com o perdão pela voluntária redundância. Morremos para viver, não para continuarmos mortos. Acordar é levantar para o dia novo que começa, depois de um período de sonolência que nos deixou como mortos. Somos devolvidos à vida e, consequentemente, à esperança, à empolgação por criar o novo, ao inédito, àquilo que ainda não foi feito.

Viver é isso. É acordar sempre, mesmo que tenhamos dormido por um longo tempo, e reiniciar o que foi começado. O grande problema é que alguns querem continuar dormindo, como mortos, ou mortos, dormindo e enganando-se a si mesmos, pois aí não está a realidade.

A vida não é feita do sono, a morte sim. Vida é alma, é ânimo, é determinação. É não se deixar levar pelo desânimo (falta de animo, de alma, portanto, falta de vida) e enxergar no dia que já está claro a oportunidade de fazer do péssimo o melhor, o errado o certo, do falso o verdadeiro, do pequeno o grande.

O mundo já está farto de pessoas que se contentam em fazer as coisas malfeitas. Basta de quem não se compromete nem mesmo com seus próprios projetos. Chega de indivíduos que não acordam nunca.

Viver é sonhar, concordo, mas, mais ainda, viver é acordar e colocar as mãos na massa da nossa existência. Porque, dormindo, não faremos mais que sonhar. E simplesmente sonhando, nunca concretizaremos nossos ideais.

Acordemos.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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