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VÍDEO: Faculdade na Paraíba proíbe alimentar e dar água para animais no campus, e delegado reage indignado

Indignado com a proibição, delegado Ilamilto Simplício afirma que a faculdade pode estar, em tese, cometendo crime ambiental e que, ao invés disso, deveria elaborar um projeto de controle da população de animais de rua

Por Luis Fernando Mifô

06/09/2023 às 10h06 • atualizado em 06/09/2023 às 11h15

O delegado Ilamilto Simplício, da 17ª Delegacia Seccional de Polícia Civil na cidade de Itaporanga, no Sertão paraibano, compartilhou um vídeo repudiando uma decisão da Faculdade Nova Esperança (Facene/Famene), em João Pessoa, de proibir alunos e funcionários de alimentar, abandonar, oferecer água e abrigo para animais nas dependências do campus.

Em nota divulgada nas suas redes sociais, a faculdade determina que a comunidade acadêmica e visitantes não podem levar animais para as dependências do campus, exceto “cães-guia, os pacientes da Clínica-Escola de Medicina Veterinária da Facene, naquelas dependências, ou os que possuem autorização expressa da Direção Institucional para participação em eventos ou atividades especiais em sala de aula.”

Ao final da nota, a faculdade justifica que a decisão visa “manter o equilíbrio ambiental” no campus”

Indignado com a nota, delegado Ilamilto Simplício afirma que a faculdade pode estar ferindo a lei de crimes ambientais e que, ao invés disso, a instituição deveria elaborar um projeto de controle da população de animais de rua.

“Esta nota constitui, em tese, crime ambiental; ela fere, em tese, a lei de crimes ambientais. A Facene/Famene poderia, já que tem um curso de Medicina Veterinária, elaborar um projeto, um plano, para acolhimento e castração desses animais e também elaborar um projeto de adoção desses animais e não divulgar uma nota, em tese, criminosa proibindo que esses animais sejam alimentados e que seja fornecida água, coisas básicas para qualquer ser vivo”, declara o delegado.

Nota postada pela Facene/Famene no Instagram (Crédito: Reprodução)

Ilamilto Simplício espera que a faculdade volte atrás e elabore algum projeto, assim como fazem a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

“Espero que a Facene divulgue uma segunda nota pedindo desculpas, voltando atrás dessa decisão e afirmando que elaborará um projeto, um plano, para acolhimento desses animais.”

Até o momento da publicação desta matéria, a Facene/Famene ainda não havia se manifestado a respeito do vídeo feito pelo delegado Ilamilto Simplício.

Não conseguimos ver as reações das pessoas nos comentários da postagem da Facene/Famene porque os comentários na publicação foram limitados.

Campanha “Dezembro Verde” da UEPB (Foto: Reprodução)

UFPB e UEPB dão exemplos

Enquanto uns proíbem o cuidado aos animais, outros buscam solução para o abandono. É o caso da UFPB, que em agosto realizou uma reunião no Campus I, em João Pessoa, para elaborar uma série de medidas de controle dos animais de rua dentro e no entorno do campus, assim como prevenir e combater o crime de abandono de animais.

Entre as medidas, a intensificação na vigilância, realização de reunião com diretores de Centro e com grupos de protetores de animais, criação de uma comissão de bem-estar animal e realização de uma campanha de conscientização.

Uma resolução do Conselho Universitário (Consuni) que versa sobre a política institucional e o bem-estar animal está em processo de elaboração e tramitação, para aprovação pelo colegiado, assim como se planeja a criação de uma comissão sobre o tema.

A Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por sua vez, possui a Comissão de Direito e Bem-Estar Animal (CDBEA), que tem promovido diversas ações de conscientização no que diz respeito ao combate do abandono de animais. Uma dessas ações é a campanha “Dezembro Verde”, que realiza uma série de atividades educativas contra os maus-tratos realizados contra os bichos.

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