VÍDEO: Morte de jovem atacado por leoa levanta debate ético sobre saúde mental, diz professor cajazeirense
Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como Vaqueirinho, sofria de transtornos mentais e morreu após invador o recinto de Leona no Parque Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pesssoa
No programa Olho Vivo desta segunda-feira (01), na Rede Diário do Sertão, o professor de Neuroanatomia e Saúde Coletiva Anderson Rolim destacou que o trágico caso do jovem que foi morto por uma leoa após invadir o zoológico de João Pessoa levanta o debate ético sobre saúde mental e luta entimanicomial. “Até que ponto o Estado foi presente e até que ponto ignorou essa situação?”, indaga o professor, referindo-se ao abandono que a vítima enfrentava desde criança.
Gerson de Melo Machado, de 19 anos, conhecido como Vaqueirinho, morreu na manhã deste domingo dentro do recinto da leoa Leona, no Parque Arruda Câmara, conhecido como Bica.
Vídeos feitos por visitantes mostram o momento em que o rapaz escala um muro de seis metros e desce por uma árvore para dentro do espaço do animal, que logo reagiu e o atacou. Vaqueirinho morreu no local, com múltiplas lesões pelo corpo.
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Histórico de abandono
Vaqueirinho sofria de transtornos mentais e foi diagnosticado com esquizofrenia, mesma doença que acometia sua mãe e sua avó. Aos 10 anos de idade, ele e quatro irmãos foram levados para lares de adoção, mas somente Vaqueirinho não foi adotado.
Após fugir do abrigo, sua história de vida passou a ser atravessada por detenções em unidades socioeducativas, passagems por CAPS, acompanhamento por Conselho Tutelar e prisões por pequenos crimes, como furtos e dano ao patrimônio.
Recentemente, o jovem havia sido preso por arremessar um paralelepípedo em uma viatura da Polícia Militar. A conselheira que o atendeu pela última vez relatou que Vaqueirinho dizia que queria ser domador de leões na África.
Professor Anderson enfatizou a importância da luta antimanicomial defendida por profissionais de saúde mental, mas questionou a atuação do Estado no suporte a pessoas negliegenciadas, sobreudo as que enfrentam casos mais graves e precisam de internação e medicamentos.
“E para aqueles casos que são refratários à medicação, onde nós vamos colocar essas pessoas? Porque o jovem já era acompanhado pelo Conselho Tutelar, já era acompanhado pelo Centro de Atenção Psicossocial, já era do conhecimento das autoridades os diversos surtos que ele possuía e o fato dele colocar a si mesmo em risco e as outras pessoas com as quais ele convivia”, salienta.
“É um fato que choca a imprensa, choca a população geral, mas também levanta um debate ético acerca da saúde mental”, ressalta.
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