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Novas denúncias de mau atendimento no HRC; quem quer ser atendido, paga

O Hospital Regional de Cajazeiras é alvo de denúncias de mau atendimento, falta de pagamentos a médico, e o mais grave: uma denúncia mostra que quem quer ser atendido, às vezes precisa pagar.

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26/12/2007 às 11h16

O Hospital Regional de Cajazeiras prova mais uma vez porque a cidade continua sem merecer, por parte do Governo, o título de micro-região de saúde. Denúncias de descaso e, agora, falta de pagamentos para realização de cirurgias põem em cheque a integridade profissional de funcionários da rede pública da região.

Nesta última segunda-feira, a imprensa de Cajazeiras tomou conhecimento de dois casos denunciados à Rádio Oeste AM. Um deles foi da dona-de-casa Iolanda Maciel Barbosa (foto), de 36 anos, residente da Rua João Cassemiro de Lira, bairro Capoeiras.

Após uma queda, Iolanda procurou o pronto atendimento do Hospital Regional com fortes dores no braço esquerdo, mas, segundo ela, foi atendida pelo médico de plantão, que lhe encaminhou para um ortopedista, sendo que o Hospital não contava com este tipo de especialista.

“Cheguei às onze e meia da noite e depois de duas horas é que fui atendida, e não foi pelo ortopedista; quem me atendeu foi o médico cirurgião, que colocou, no cru, o meu braço no lugar, porque nem anestesista no hospital tinha. Depois de liberada, tive que me alto medicar em um farmácia porque não passaram nada para mim. Ainda estou sentindo dores. Acho que deve ser porque foi colocado sem anestesia. Peço a quem for de direito no Hospital, que tenha mais consideração com agente. Lá, só vai quem precisa, quem está doente”, apelou a dona-de-casa.

O caso mais grave, porém, aconteceu com a também dona-de-casa Auricélia de Souza, esposa do conhecido cabeleireiro Nininho.

Segundo denúncia de sua amiga Francisca Pereira, moradora do Conjunto Ronaldo Cunha Lima, Auricélia vem tentando, há quatro meses, se submeter a uma cirurgia de hérnia de disco e um mioma, porém sem êxito. O detalhe que mais chama a atenção é que, segundo dona Francisca, Auricélia chegou a pagar cem reais para o anestesista do Hospital pela cirurgia.

“A questão é que operaram todos os outros, mas ela não; ela voltou da sala de cirurgia e não foi operada; e essa cirurgia já está paga ao anestesista, ela pagou cem reais. Se os médicos não quiserem operar, que digam, pois a gente procura outros recursos. Aqui ninguém é palhaço. Somos humildes, precisamos desse serviço. Eu não fui mais lá e nem vou. Vou morrer com os problemas que eu tenho e não vou mais procurar hospital de jeito nenhum”, desabafa dona Francisca."

Procurado pela reportagem do Diário do Sertão, o diretor do Hospital Regional de Cajazeiras, Marinho Messias, não foi encontrado.

Agora, a esperança de dias melhores para a saúde pública da cidade passa pelas mãos dos deputados José Aldemir e Jeová Campos, que conseguiram a aprovação de uma emenda no orçamento, de 1.000,000, 00 (um milhão de reais).
Com o repasse do Governo, de 3.500,000,00 (três milhões de reais), ficará para o Hospital Regional de Cajazeiras, durante o ano de 2008, cerca de 4.500,000, 00 (quatro milhões e quinhentos mil reais).

Jocivan Pinheiro
Da redação do DIÁRIO DO SERTÃO

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