VÍDEO: Elan Nascimento revela perdas consideráveis que o Brasil pode ter com o “Tarifaço” do Governo Americano
Segundo Elan, a medida já está em vigor desde a última quarta-feira (6). Ele cita produtos como café, carne bovina e frutas entre os mais afetados pelo tarifaço de 50%, que pode gerar bilhões em perdas e milhares de postos de trabalho a menos no Brasil
Na sua coluna semanal de Economia, exibida no programa Olho Vivo da TV Diário do Sertão, o assessor de investimentos Elan Nascimento comentou nesta sexta-feira (8), sobre o recente tarifaço de 50% estabelecido pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos.
Segundo Elan, a medida já está em vigor desde a última quarta-feira (6), quando Trump assinou o decreto final. No entanto, ele ressaltou que “quando Trump assinou o decreto final ele deixou de fora do tarifaço quase 700 produtos — anunciou uma coisa mas, na prática, ele isentou desse aumento quase 700 produtos”.
De acordo com o comentarista, os itens excluídos da tarifa são produtos estratégicos para a economia norte-americana, como aviões da Embraer, peças aeronáuticas, sucos de laranja, castanhas, vários insumos de madeira, celulose, ferro-gusa, minério de ferro, equipamentos elétricos e também o petróleo.
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No entanto, Elan destacou que “alguns dos principais itens da pauta de exportação brasileira como: café, cacau, carne bovina, frutas, têxteis, calçados e também móveis, ficaram de fora da lista de exceções — ou seja, todos esses itens que acabei de mencionar estão sendo pegados de cheio com esse tarifaço de 50%”.
Entre os setores mais afetados, o comentarista destacou o café, lembrando que, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café, cerca de 34% do café consumido nos EUA vai do Brasil. Outro segmento fortemente atingido é o de carnes. “Os Estados Unidos são o segundo maior destino de carne bovina brasileira, que embarcou cerca de 532 mil toneladas para o mercado americano no ano passado”, disse.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes indicam que o mercado pode perder cerca de 1 bilhão de dólares apenas na venda de carne bovina para os EUA. Já no setor de frutas, a alta da tarifa pode comprometer a competitividade de produtos como manga, uva e açaí. Segundo a Abrafrutas, esses itens representam 90% do total exportado para os Estados Unidos.
PIB – Elan também chamou atenção para um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), que já calculou os impactos levando em conta as isenções. “O PIB do Brasil pode ser reduzido em 25,8 bilhões de reais num curto prazo — além disso, pode haver uma perda da renda familiar de 2,74 bilhões de reais e redução de 146 mil postos de trabalho formais e informais em até 2 anos”, alertou.
Em uma projeção de longo prazo, “que é mais ou menos 10 anos, a redução seria 110,4 bilhões de reais — a renda familiar pode ser encolhida em 11,5 bilhões de reais e pode haver uma perda de 618 mil postos de trabalho”, explicou Elan.
Segundo ele, mesmo que parte do prejuízo seja absorvido pelo mercado interno e por outros países, a perda permanente de negócios internacionais reduz a capacidade de crescimento da economia brasileira.
“Vamos aguardar agora os avanços das negociações por parte dos governos do Brasil e dos Estados Unidos, nessa tentativa de mitigar o tarifaço. Sabemos que as negociações estão lentas, está havendo um progresso muito baixo, mas na geopolítica internacional as coisas podem mudar muito rápido de um período para outro período, e vamos então continuar aguardando o que vai acontecer nos próximos meses e anos”, concluiu.
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