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Cantor Flávio José fala de sua carreira e sobre a polêmica do ¨Forró de Plástico¨. VÍDEO!

Flávio José é um dos mais respeitados cantores de forró e leva o autêntico ¨pé de serra¨por onde passa.

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29/07/2011 às 09h00

O cantor Flávio José disse em entrevista para o Diário do Sertão que gostaria de ver a música nordestina sendo mais tocada nas rádios e que adoraria se os responsáveis pela cultura nordestina ensinassem para os mais jovens, o que isso realmente significa.

Flávio José falou também sobre a polêmica do Secretario de Cultura da Paraíba, Chico César, que chamou as novas bandas de Forró de Plástico, dizendo que ele foi infeliz em sua colocação.

O cantor comentou sobre seu repertório e disse que entre as músicas que canta, as que não podem faltar em seus shows são: Caboclo sonhador, Tareco e mariola, Espumas ao vento, A Natureza das cores e De mala e cuia.

Leia a entrevista completa:

DIÁRIO DO SERTÃO: O senhor que viaja bastante, faz shows em várias regiões do país. Como é que o senhor tem visto a música nordestina?

Flávio José: Olha, a música nordestina eu gostaria de ver melhor, as rádios tocando mais, abrindo mais as portas para os artistas novos, porque eu conheço muitos que encerraram a carreira precocemente exatamente por falta desse apoio e o que me preocupa não é agora, o que me preocupa é depois, quem está vindo aí seguindo os passos da gente que já está na estrada há muitos anos pra dar continuidade a essa história.

DIÁRIO DO SERTÃO: Fale um pouco das inspirações, das músicas que o senhor faz que são sucesso absoluto sempre tocando nas tradições nordestinas.

Flávio José: Na verdade poucas músicas eu fiz na minha carreira, a maioria são de autores maravilhosos que eu aprendi a cantar. Encontrei músicas de inúmeros compositores, fica pra mim apenas os arranjos e a interpretação.

DIÁRIO DO SERTÃO: Como é que o senhor viu a polêmica do secretário de Cultura da Paraíba, Chico César, com a questão do “forró de plástico”?

Flávio José: Eu acho que ele foi infeliz somente nessa colocação de “forró de plástico”, porque eu acho que quando você não gosta de uma determinada pessoa não precisa você citar o nome. Então só foi isso, acho que ele tem as razões dele e o motivo de gastar o dinheiro da cultura realmente na cultura, naquilo que realmente faz parte da festa de São João, agora essa história de “forró de plástico é que não pegou bem.

DIÁRIO DO SERTÃO: Os poderes públicos têm condições de divulgar ainda mais a tradicional música nordestina, do Sertão mesmo, já que em muitos eventos aparecem as bandas de plástico, como disse Chico César?

Flávio José: Com certeza, porque quem está de posse do dinheiro gasta como quer. Eu acho que os jovens foram mal acostumados pela mídia. E o papel de quem faz cultura é ensinar o jovem o que realmente é cultura. Eu ficaria muito feliz se um dia eu visse todas as prefeituras do Nordeste investindo nos talentos da terra, pois uma terra sem cultura é uma terra sem turismo.

DIÁRIO DO SERTÃO: O senhor que viaja muito percebe que os músicos paraibanos são reconhecidos pelo Sul do país?

Flávio José: Acho muito difícil, porque não tem ninguém sendo assessorado por uma grande gravadora, mostrando o trabalho, então eu acho muito difícil. Temos que aprender a conviver com isso, como eu aprendi e posso dizer hoje que sou um privilegiado por que conquistei um público imenso que não está só na Paraíba. Em todo o Nordeste por onde eu ando conheço gente que acompanha, que gosta de mim e que agente nem sabia. A prova eu tirei aqui hoje, quando cheguei na casa de Dedézinho que ele me apresentou a inúmeras pessoas e cada uma teve a satisfação de dizer o quanto gostam do meu trabalho e a quanto tempo me acompanham.

DIÁRIO DO SERTÃO: Nessa trajetória, qual a música que lhe marcou e qual a que não pode faltar no seu show?

Flávio José: Eu sou muito feliz porque são muitas. Eu diria que me marcou inicialmente foi “Que nem vem-vem” de autoria de Marciel Melo, porque foi o primeiro sucesso, uma música que estourou lá no Parque do Povo em Campina Grande.

Músicas que não podem faltar em um show: Caboclo sonhador, Tareco e mariola, Espumas ao vento, A natureza das coisas, De mala e cuia e são tantas. Agente, graças a Deus, conseguiu trazer ao longo desses quase trinta anos de carreira, muitas músicas de sucesso e que as pessoas ficam impacientes no pé do palco querendo ouvir agente cantar todas ao mesmo tempo, de uma só vez. Mas, agente atende a todo mundo.

DIÁRIO DO SERTÃO: O melhor São João: Campina ou Caruaru?

Flávio José: Todos dois têm as suas particularidades. Um é mais organizado que o outro, não vou dizer qual. Mas, hoje em dia é difícil você dizer qual o melhor São João, porque a tradição está acabando, estão misturando muito, colocando coisas que não tem nada a ver com a música do São João na festa.

Eu posso dizer que Aracaju tem uma festa sensacional, maravilhosa. Na Bahia são 350 cidades fazendo festa de São João, claro que não na intensidade de Campina que faz 30 dias de festa, mas fazem 15 dias, 10 dias, 12 dias, 8 dias e são festas também maravilhosas. Eu poderia dizer que hoje a maior praça de festa de São João fica na Bahia, na cidade de Senhor do Bonfim.

DIÁRIO DO SERTÃO
 

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