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Do jeito que o moleque gosta: Vinicius Júnior “põe fogo” em jogo com a sua cara

Com participação decisiva nos últimos dois gols do Fla, jovem puxa contra-ataques decisivos e segura a bola como veterano em jogada que quase resultou na virada rubro-negra

Por Campelo Sousa

02/11/2017 às 09h36

Vinicius comemora classificação com a torcida (Foto: Gilvan de Souza)

Estava com a confiança lá em cima” e “pude botar fogo no jogo” foram duas das frases ditas por Vinicius Júnior em dia de gente grande no Flamengo. Ele já havia decidido na vitória sobre o Atlético-GO pelo returno com dois gols, mas sua atuação nos 3 a 3 contra o Fluminense, nesta quarta-feira, foi de um homem que tem potencial para ser chamado de craque. Para ser grande. Mostrou personalidade em campo e diante dos microfones. Disse que o jogo tinha, sim, a sua cara.

– Sim (se as circunstâncias do jogo combinavam com suas características). Estava com bastante espaço, e eu gosto muito de quando está no um contra um, e hoje eu fui feliz e acertei quase todos os lances.

Colocado aos 19 minutos da segunda etapa, o garoto de 17 anos e sorriso metálico precisou de apenas 57 segundos com a bola no pé para transformar o Fla-Flu internacional, que classificou o Rubro-Negro para a semifinal.

Vinicius parecia certo de que arrebentaria. Às 18h32, um torcedor postou no Twitter: “Filho meu, chegou tua hora de brilhar”. Ele curtiu a publicação. Terminada a partida, ele retuitou a mesma frase.

E ele brilhou. Com três minutos em campo – entrou aos 19 – enfiou bola de três dedos no meio de Lucas e Romarinho para Éverton Ribeiro, que, com um toque genial, deixou Vizeu livre para marcar o segundo gol. No da classificação, deixou Douglas para trás e só foi parado com um toque no rosto.

Vinicius só deu quatro passes na partida – um deles, errado, quase terminou em contra-ataque que poderia ter sido fatal. Infernizou Marlon, lateral-esquerdo tricolor que por pouco não foi expulso por tentar parar a velocidade do garoto com duas entradas por trás.

O camisa 20, futuro jogador do Real Madrid, só não pôde terminar a noite da maneira ideal porque Cavalieri parou o xará Diego, outro destaque rubro-negro, com uma grande defesa.
Como um veterano, dominou rechaçada de Rhodolfo aos 49 minutos e 8 segundos. A carregou por dez segundos novamente diante de Marlon e agora diante também dos olhares de Richard. Tocou na hora certa, do jeito certo, mas Diego bateu errado.

– Grupo deu bastante confiança desde a primeira bola que toquei ali pro Éverton Ribeiro tocar para o Vizeu. Estava com a confiança lá em cima, e deu tudo certo.

Garotos do Ninho com calma de cascudos
Se Vinicius teve palavras e atuação de veterano, seus amigos e também pratas da casa Felipe Vizeu e Lucas Paquetá também apresentaram postura de jogadores cascudos.

Vizeu teve força mental para se recuperar do erro coletivo no segundo gol tricolor – Renato Chaves desvencilhou-se de Juan e cabeceou entre o centroavante e Willian Arão. Ao marcar, o camisa 25 mostrou muita calma quando Cavalieri apareceu em sua frente para tentar cortar o chute.

– O gol: todo gol para mim no Flamengo é importantíssimo. Sempre o próximo, costumo dizer. Ainda mais para um centroavante. Quanto mais gol fizer mais ajuda a equipe. Então, sem dúvidas, esse é muito importante para minha carreira, para mim e para o grupo. Fiquei emocionado.

Lucas Paquetá, dessa vez chamado para atuar na sua área, o meio-campo, fez o que muito marmanjo não tem feito. Segurou bola, retardou o jogo e atrapalhou muito a última saída de bola do Fluminense. A cera lhe rendeu um amarelo. No fim, ao lado de Diego, participou do escanteio que encerrou a partida.

As raízes e o sangue rubro-negro do trio foram fundamentais para a reviravolta no Maraca.

GE

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