A prefeita fez sua parte, mas Cajazeiras não soube pedir

Por Josival Pereira – Não deixa de ter sido marcante o momento em que o governador João Azevedo, na última segunda-feira, respondeu aos pleitos apresentados pela prefeita Corrinha Delfino (PP), quase um ano depois de um pedido de audiência e uma campanha eleitoral anterior na qual se posicionaram adversários.
Sem titubear, em seu discurso, o governador foi dizendo sim aos pedidos de Corrinha com a expressão “será feito”. Pelo tom de voz, um carimbo.
A prefeita Corrinha Defino havia pedido pavimentação asfáltica de ruas, construção de poços artesianos e passagens molhadas na zona rural, urbanização do canteiro central da rua Dr. Coelho, construção de praças no Alto da Bela Vista e no distrito de Divinópolis, reforma do Açougue Público, ginásio para escola e mais uma creche, Centro de Reabilitação de Autistas e Idosos e um parque de eventos no lugar onde era o CSU.
Isso é muito? Do ponto de vista da gestão municipal é muita coisa. A prefeita Corrinha Delfino parece ter selecionado obras e serviços que considera importantes para dar nova cara à cidade e resolver problemas cruciais. Como prefeita, fez sua parte. Pediu e cobrou o que avalia que Cajazeiras precisa e merece.
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Contudo, observando-se a extensa lista de pedidos é perceptível que a grande maioria dos pleitos seriam da responsabilidade municipal. À rigor, talvez apenas o Centro de Reabilitação de Autistas e Idosos seja uma obra da alçada do Estado.
Mas Corrinha não agiu errado. Com contas equilibradas e boa poupança, a gestão do governador João Azevedo tem celebrado parcerias com prefeitos e realizado muitas obras nas cidades, a exemplo de pavimentação, creches, ginásios e diversas outras na área de urbanização. Corrinha enxergou aí um caminho para dar força à própria gestão.
Qual o problema, então?
A questão, fundamental, é que Cajazeiras não pediu nada para impulsionar seu desenvolvimento, se alargar, gerar riquezas e empregos, se modernizar, ampliar o pólo de educação e se inserir numa perspectiva de futuro promissor e cheio de qualidade de vida.
A cidade desperdiçou a força da unidade política, de repente, estabelecida. Os deputados se preocuparam apenas em aplaudir e a sociedade civil organizada não apareceu e, pelo visto, não se fez aparecer.
Na última semana, Patos ganhou um call center com mil vagas de empregos. A cidade se alarga com aberturas de alças e grandes avenidas, além de outras grandes obras públicas. Sousa está ganhando o hospital de mulher, que é uma obra de cerca de R$100 milhões, além de ter bem assentada infraestrutura que vai garantir um futuro certo de investimentos no agronegócio.
O que Cajazeiras tem? Para onde vai? Não era responsabilidade da prefeita, embora ela precise se inserir. É uma responsabilidade de todas suas lideranças. Cajazeiras precisa urgentemente definir um grande projeto de desenvolvimento para virar bandeira de todos os políticos e das organizações de sociedade civil.
O governador João Azevedo gosta de grandes projetos, o Estado tem capacidade de investimento, mas Cajazeiras não soube pedir e não pode mais desperdiçar oportunidade.
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