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Jornalista que relevou doping de Guerrero já recebeu mais de mil ameaças de morte

O jornalista afirmou que tem sido chamado de “traidor da pátria”, já que Guerrero é ídolo no país e está suspenso por 30 dias pela Fifa enquanto há uma investigação.

Por Priscila Belmont

08/11/2017 às 09h32

Guerrero foi flagrado no exame andtidoping Foto: MARCOS BRINDICCI / REUTERS

Denunciar o caso de doping do atacante Paolo Guerrero tem perturbado a vida do jornalista Pierre Manrique. O peruano, que é editor de esportes do canal “RPP”, afirmou que já recebeu mais de 1.200 mensagens com ameaças de morte após ter informado sobre o resultado no exame antidoping feito pelo jogador do Flamengo, no teste realizado após o jogo entre Argentina e Peru, pela Eliminatória Sul-Americana para Copa de 2018. O jornalista afirmou que tem sido chamado de “traidor da pátria”, já que Guerrero é ídolo no país e está suspenso por 30 dias pela Fifa enquanto há uma investigação.

Por isso, o Peru não terá seu principal jogador e capitão da equipe nas partidas decisivas contra Nova Zelândia, pela repescagem das Eliminatórias, e que definirá qual time estará no Mundial da Rússia.

“Eu tenho no meu celular cerca de 1.200 ameaças de morte feitas através da minha conta do Facebook. Elas não são feitas em uma publicação, mas todas estão em mensagens privadas”, denunciou a jornalista peruano à “RPP Radio”, onde mostrou sua preocupação e esclareceu a controvérsia que o liga ao caso de doping de Guerrero.

Manrique, acusado de “traidor” por seus compatriotas que acreditam que ele foi responsável por vazar a notícia, teve que dar detalhes sobre o processo de tratamento de informações sobre o controle de doping do capitão da equipe peruana.

“Ninguém gosta de ameaças. Tenho família. A única coisa que fiz foi respeitosamente lidar com a questão. Nós nunca falamos sobre o controle de doping, de doping positivo e nem de cocaína”, explicou o jornalista, que negou ter fornecido informações para a rede “ESPN” da Argentina.

A acusação dos fãs peruanos baseia-se no fato de Manrique ter trabalhado por 15 anos na Argentina. Aqueles que ameaçam Manrique especulam que, se ele não tivesse divulgado a informação, a Fifa não teria sancionado Guerrero. No entanto, a Federação Peruana de Futebol (FPF) reconheceu que a punição foi incluída em uma mensagem enviada anteriormente pela entidade que comanda o futebol mundial.

Até agora, a substância exata consumida pelo capitão da equipe nacional peruana não foi confirmada, embora o jogador tenha atribuído o resultado a alguns medicamentos e chás contra a gripe. Enquanto isso, sua equipe está se preparando para enfrentar a Nova Zelândia no sábado, em Wellington, e na próxima quarta-feira, em Lima.

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