Cientistas comemoram descoberta de possível "partícula de Deus"
Físicos brasileiros que participam do projeto do Cern afirmam que descoberta histórica é só o começo e não descartam possibilidade de novo modelo que explique a origem do universo
AFP
Ilustração mostra colisão de prótons medida pelo CMS na busca pelo bóson de Higgs
Físicos afirmam que o anúncio desta quarta-feira (4) de que pesquisadores do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês) observaram uma nova partícula subatômica com características semelhantes ao Bóson de Higgs marca a história da Física e promete ser o início de novas descobertas sobre a origem do universo.
A partícula comprovaria o modelo teórico que explica por que algumas partículas têm massa e outras não, uma etapa importante para entender a origem do Universo.
"Estamos agora entrando na era da medição de Higgs e isto é só o começo,” disse Fabiola Gianotti, porta-voz da equipe ATLAS, um dos dois grupos do Cern que buscam o bóson, durante a apresentação dos resultados hoje em Genebra, na Suíça.
Pesquisadores que madrugaram para acompanhar a apresentação do Cern em um evento na Unesp (Universidade Estadual de São Paulo) na capital paulista afirmaram que esta seria a maior descoberta na física de partículas dos últimos 45 anos, desde que o modelo foi teorizado.
Sergio Novaes, que em 1982 publicou um trabalho sobre como seria possível descobrir o Bóson de Higgs, estava emocionado. "Eu não tenho muita dúvida de que em termo de física de partícula é o evento mais importante dos últimos anos e espero que seja só o começo de novas descobertas", disse o brasileiro, líder do SPRACE, projeto da Unesp que armazena e analisa dados do CMS no Brasil, que está em uma conferência na Austrália pelo Cern. O CMS é o outro grupo do Cern que analisa os dados do acelerador de partículas do Cern, o Grande Colisor de Hádrons (na sigla em inglês, LHC).
"Também me admirou o anúncio do Cern, pois esperava que ele fosse ser mais cauteloso ao invés de seguir a tendência do Atlas e do CMS,” disse. Novaes afirma que com medições tão convincentes dos dois grupos, não há mais como recuar sobre a existência da nova partícula.
IG
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