VÍDEO: Haddad diz que bolsonaristas sabotaram o Brasil com apoio de Trump: “decisão eminentemente política”
Ministro afirma que tarifa de 50% imposta pelos EUA não tem justificativa econômica e acusa a família Bolsonaro de conspirar contra a soberania do Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto é “eminentemente política” e foi gestada dentro do país, por forças ligadas à família Bolsonaro.
“É uma decisão eminentemente política porque não parte de nenhuma racionalidade econômica”, disse Haddad ao afirmar também que “os Estados Unidos são super arbitrários com a América do Sul como um todo e com o Brasil também”.
“Nos últimos 15 anos tivemos um déficit de bens e serviços de mais de 400 bilhões de dólares dos Estados Unidos, então não há racionalidade econômica na medida que foi tomada”, pontuou.
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Haddad lembrou que, quando a tarifa era de 10%, se reuniu com o secretário do Tesouro na Califórnia para mostrar que não fazia sentido manter a tarifa, considerando o déficit brasileiro na balança de bens e serviços com os EUA.
“Eu disse a ele que não fazia o menor sentido a tarifa de 10%, justamente porque o Brasil era deficitário em relação à balança dos Estados Unidos de bens e serviços”, afirmou, acrescentando que, naquele momento, havia espaço para negociar uma redução de tarifas. “Hoje estamos falando de uma tarifa insustentável, tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista político, de 50%”.
Ministro acredita em uma reviravolta – Apesar do cenário, Haddad demonstrou confiança na diplomacia brasileira para reverter a situação.
“Eu não acredito que essa situação vai se manter, primeiro porque temos uma diplomacia reconhecida no mundo inteiro como uma das mais profissionais, e nosso Itamaraty sabe negociar, sabe sentar à mesa”, destacou.
O ministro criticou o que chamou de quebra das tradições diplomáticas brasileiras em um relacionamento de 200 anos entre Brasil e Estados Unidos.
“Não faz o menor sentido, nas tradições diplomáticas brasileiras, um país com 200 anos de relação econômica com o Brasil ter esse tipo de atitude. Ela só é explicada porque foi gestada dentro do Brasil. A única explicação plausível para o que foi feito ontem é porque a família Bolsonaro urdiu esse ataque ao Brasil”, criticou Haddad.
Motivos – O governista afirmou que o objetivo dessa ação seria interferir em processos em curso no país. “A única explicação é de caráter político envolvendo a família Bolsonaro”, assegurou.
O ministro citou declarações de Eduardo Bolsonaro como indício de que a medida teve participação de aliados do ex-presidente. “O próprio Eduardo Bolsonaro disse a público que, se não vier o perdão, as coisas tendem a piorar, fazendo todos nós acreditarmos que esse golpe contra a soberania nacional foi urdido por forças extremistas de dentro do país.”
Medida do governo americano – Donald Trump anunciou, de forma repentina, aumento para 50% na taxa de impostos sobre todas as exportações brasileiras a partir de 1º de agosto. Aliados do governo entendem que o ‘tarifaço’ tem motivação político-ideológica, já que na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Trump cita diretamente Jair Bolsonaro e classifica como “vergonha internacional” o julgamento do ex-presidente pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da tentativa de golpe de Estado.
Em resposta a Trump, Lula declarou que o Brasil não aceitará “tutela” estrangeira e garantiu que medidas de reciprocidade serão adotadas, com base na lei brasileira de reciprocidade econômica.
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