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Gildemar Pontes

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A depuração da arte cênica

27/07/2019 às 14h30

Dia Nacional do Circo

A representação da humanidade tem sido feita desde que o homem descobriu as ferramentas de riscar, pintar, esculpir, moldar etc., através das mãos e da voz que conduzem o pensamento artístico. Pinturas e inscrições rupestres, desenhos e esculturas nas paredes das pirâmides, mimeses nos palcos, textos em papiros, papéis e na virtualidade. Somos animais que criamos e recriamos pelo prazer da estesia.

Vivemos certo boom do teatro em Cajazeiras. A reforma do Teatro Íracles Pires – ICA reanimou grupos e artistas que estavam adormecidos, entre falta de espaço e de oportunidades. A rearticulação dos experientes atores e atrizes e o surgimento dos novos fez com que o teatro abrisse as portas e as gavetas de textos para textos de grande valor estético. Peças e performances se alternam no palco do Teatro Ica, revelando grandes talentos da terra de Lilia, Rosa, João de “Manelzim”, Dez Centavos… figuras que parecem ter saído das páginas de um livro e vieram representar o povo nas ruas da cidade.

O bom teatro, bem encenado, bem dirigido, bem representado anda em alta. Recentemente, tivemos a apresentação do texto “Tem um alemão no meu quarto”, escrito por Ana Bandeira, com direção do premiado Eliézer Rolim, nosso confrade. Uma história bem urdida sobre um dos problemas que a modernidade mudou de nome, caduquísmo, esclerose, para mal de Alzheimer. Trata-se de um monólogo de uma hora onde a atriz interpreta uma atriz acometida por Alzheimer que tenta num último esforço se manter no palco, apesar da doença. É evidente que toda a luta da personagem é em vão. Não há cura e o tratamento ainda é detectar o surgimento precoce e estimular a mente a reagir contra o tempo que paralisa a consciência. Texto bem ao modo de Bertold Brecht que traz um paralelismo entre atuação textual e interação com o público, dando à interpretação um feed back no processo recreativo do ator em cena, no caso da atriz.

Depurar a arte é propiciar que ela tenha espaços e seja realizada continuamente. Com a criação da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL, certamente, teremos uma maior produção da arte, especialmente da literatura, visto que a Terra do Padre professor, que ensinou a ler, seja mais que Paraíba, seja a raiz de um povo nordestino que se abriga aos pés das Cajazeiras, sob o céu estrelado, às margens do Açude Grande.

*Escritor. Professor da UFCG. Diretor Cultural da ACAL.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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