A esperança de um bom inverno
Por José Antônio
A população sertaneja assiste a cada ano, a história real e constante da eterna preocupação pela qual passam os homens que trabalham e vivem do campo. Estamos nos primeiros dias de janeiro e as chuvas que já deveriam banhar e abençoar o solo nordestino ainda não deu as suas graças.
Todo sertanejo é apressado, não espera os sinais do tempo quando se trata de chuva, ele a quer logo no mês de dezembro e o mais tardarem em janeiro. O sofrimento vivido por todos nós durante o longo período de estiagem fez feridas profundas na região e a principal delas foi a redução drástica de nosso rebanho.
Infelizmente o que se observa por parte das autoridades é a não existência de uma política pública de recuperação de nosso rebanho. Não existe incentivo nenhum e o agropecuarista tem que buscar financiamento, que mesmo os juros sendo subsidiados, existem sempre riscos.
Este tem sido o modelo que temos vivenciado, ao longo do tempo, que concentra riqueza nas mãos de alguns, historicamente favorecidos, em detrimento do pequeno, cujas dificuldades para obter um bom financiamento são imensas.
O governo municipal não tem uma política agressiva para a zona rural, a exemplo do município de Sousa que hoje é maior bacia leiteira do interior do estado, em Cajazeiras não existe um incentivo neste sentido e tem ignorado os anseios do povo da zona rural.
Tem um grande agravante este ano: os preços do milho, do farelo de trigo, do resíduo e outras rações estão quase cem por cento mais caros do que o praticado no ano passado neste mesmo período. E quem não tiver um pouco de pasto vai salvar o seu gado de que maneira e muitos já estão falando em vendê-lo.
Como os sertanejos vivem de esperança, pode até ser que chova bastante este ano e possamos continuar lavrando a terra e criando o que sobrou do seu rebanho bovino.
A convivência com a estiagem, com a seca braba e a seca verde, só vai ser positiva quando as ações do governo para este importante setor do sertão nordestino, forem além dos discursos, dos abonos emergenciais e de programas paliativos com fins eleitoreiros que humilham e ferem a dignidade do homem do campo.
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