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Abraão Vitoriano

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A força do povo

08/02/2011 às 12h08

Quando o povo se une e luta, seu sonho torna-se realidade. Indubitavelmente, povo unido, aguerrido, crítico, consciente de sua cidadania, tem uma força poderosa que faz seu sonho acontecer: sonho de viver com dignidade. A força de um povo politizado provoca “furacão” de efeito arrasador. Basta querer!

Quem não tem medo da força do povo? Qual é o detentor do poder que não se dobra diante de uma população unida, lutando pelos seus direitos? Qual a autoridade que se arroga acima da força popular?Afinal, o poder, no caso político, treme nas bases, quando o povo se organiza em vista dos seus direitos inalienáveis. Vejam alguns fatos reais na história do Brasil e do mundo.

Povo bem organizado, articulado, firme, corajoso,quando marcha na luta pela conquista dos seus interesses, é uma bomba poderosa. A final, a força da população está na sua união: “povo unido jamais será vencido”. É por isso, que sempre acreditei em pressão popular. Sou testemunha ocular do efeito prático dessa força: conquista da água e da ponte do boi morto. Depois de muitas lutas, muita pressão, de forma democrática, ordeira e respeitosa, o sonho da comunidade sofrida tornou-se uma realidade concreta e existencial, e hoje essa gente sertaneja é feliz e agradece a Deus pelo força e coragem que lhe foi concedida em todos os momentos de suas batalhas.

Infelizmente, essa consciência de que o povo tem enorme poder quando está unido, arma de conquista dos seus direitos, ainda não existe na maioria dos sertanejos. Muitos esperam que as coisas aconteçam de cima para baixo, como se tudo fosse resolvido segundo a vontade dos detentores do poder. Por conta disso, sua força de transformação, de renovação, de fazer as coisas acontecerem, é subestimada, e quem sai ganhando com isso é a classe dominante. Aliás, a elite política e econômica não aceita de forma alguma, que as pessoas se articulem em defesa dos seus ideais. Aqui no Brasil, em tempos passados, não muito longe, quando a população se unia lutando em defesa de sua cidadania, logo era tachada de subversiva, de fora da lei. E toma chibata.

Quando a população não se interessa, não tem coragem de lutar pelos seus direitos; quando se entrega ao espírito determinista ou fatalista; quando vai na onda do “não adianta lutar”, é “isso mesmo”, “fazer o que, né“?; quando fica esperando que a solução dos problemas da comunidade venha de cima para baixo, aí vem o medo, o pessimismo, e o pior, o comodismo, causa de muitas desgraças. Ora, o comodismo do povo é a felicidade dos que detêm o poder: prefeito, vereadores, deputados, governadores, senadores, presidentes. Muitos deles adoram ver o povão dormindo na sua eterna cama da inércia. Não é por acaso, que muitas lideranças querem manter o povão sob o manto da alienação política. E religiosa também. Claro! Ai daqueles que tentam fazer um trabalho de conscientização junto às comunidades, pois serão taxados de politiqueiros, anticristãos, vagabundos, incitadores da violência, perigosos, agitadores etc. Herodes e sua gente disseram com relação a Jesus: “ esse homem é um agitador, ele anda agitando o povo, matemo-lo”.Eis a razão do assassinato de Jesus da Galiléia.

Conscientizar as pessoas, fazê-las tomar consciência de sua cidadania, é, portanto, questão de coragem,heroísmo. É correr risco! Jesus é, então, o referencial maior nessa linha de seguimento libertário. Sigamo-Lo!

Os padres, os pastores, as lideranças sindicais e estudantis, a imprensa e tantos outros líderes deveriam, em nome da fé cristã e da dignidade da pessoa humana, assumir, peremptoriamente, o compromisso de libertar o povo do cativeiro da alienação em todos os aspectos: político, econômico, cultural, religioso. Só assim, os pobres, os injustiçados, os excluídos, os violentados em sua dignidade de pessoa humana poderiam, com um elevado nível de consciência política, começar a brigar, a lutar pelos seus direitos mais elementares: saúde, educação, moradia, segurança, habitação, reforma agrária, saneamento básico, emprego, salário digno etc. Em síntese, a consciência crítica é a chave que abre a porta do cativeiro da morte (opressão, violência, injustiça social, fome, miséria etc.) para a libertação integral da pessoa humana. Usemo-la, então, e seremos felizes! Eis aí, o segredo da nossa redenção.

Digo que o povo no Paraíba tem uma grande arma capaz de fazer grandes revoluções: o poder da fé cristã. O próprio Jesus histórico, num contexto de perseguição, de exclusão social, de miséria, fome, falara: “a fé remove montanhas”. Uma fé despojada de fanatismo, de reacionarismo, de ingenuidade, leva o povo a grandes feitos. Faz bem uma fé cristã revolucionária, libertadora.

Entao, se somos homens e mulheres de fé no Deus da vida, no Jesus libertador e no Espírito Santo, fonte de Sabedoria, unamo-nos e lutemos por uma sociedade onde a justiça social, a dignidade e o respeito à pessoa humana sejam uma realidade.

Sertanejos e sertanejas, saiamos do berço esplêndido da alienação política e religiosa e unamo-nos na conquista dos nossos direitos inalienáveis. Somos fortes e poderosos!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

Contato: [email protected]

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

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