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Saulo Péricles

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A insanidade hoje dá as cartas no mundo

01/08/2025 às 19h25

Coluna de Saulo Péricles

Por Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Caros leitores. Estamos definitivamente naquele período em que os paradigmas estabelecidos definitivamente caem e a Ordem mundial parece que se tornou uma espécie de teatro do absurdo, muito digna de seu uma peça de Genet ou pirandello, só que em uma dinâmica sem  precedentes no mundo  em qualquer tempo de nossa História.

Decerto, enquanto as cabeças eram decepadas nas guilhotinas francesas, os habitantes da polinésia ainda viviam procurando vítimas para rituais de canibalismo, e ninguém sabia que o Rio Nilo tinha suas nascentes no lago Nyanza, que posteriormente os ingleses rebatizaram como Lago Vitória, em homenagem a sua rainha, hoje, se uma notícia importante acontece em qualquer lugar do mundo, em segundos, ela é manchete global: a profecia dos índios da tribo Hopi, no sul dos Estados Unidos, que falava que o mundo iria ser coberto por uma teia de aranha, nunca foi mais verdadeira, essa teia nós costumamos chamar de internet. Então, qualquer movimento significativo ocorrido em qualquer lugar, tem repercussão mundial.

Mas vamos aos fatos: há tempos em que por diversas formas, os Estados Unidos, a “Grande potência Mundial desde a Primeira Guerra Mundial, pois, além de não haver nenhuma batalha em seu território, ficou credor dos países que travaram a mais insana guerra da História. Seu presidente na época Woodrow Wilson, tentou, sem sucesso, fundar uma “Liga das Nações”, em que as divergências surgidas entre os países-membos, seriam resolvidos por arbitragem e não em campo de batalha. O mundo daquele pós-guerra, ainda não estava preparado para uma entidade supranacional, e a grande ideis de Wilson não prosperou. Seria necessário haver outra guerra maior e muito mais mortal do que o que se convencionou em chamar de ”a Grande Guerra” e o despertar da era atômica, com duas cidades japonesas atacadas por essa bomba de poder inimaginável para aquele tempo,  para que o mundo, temendo a sua própria destruição, pudesse se reunir e formar um organismo internacional que hoje chamamos de Nações Unidas. E essas poderiam arbitras, e caso precisasse, mandar tropas para pacificar alguma região em conflito, como foi em várias ocasiões. Houveram subdivisões que se ocupariam com o comércio, a cultura e outros setores.

Tudo corria bem, ou pelo menos sob algum controle, até que determinados países resolvessem desrespeitar as regras desse órgão, em espacial, protegidas por permanentes membros do Conselho de Segurança, que detém até hoje poder de veto, e mantém seus aliados debaixo de suas asas, sendo o mais ostensivo, o veto que os Estados Unidos mantem sobre as atrocidades cometidas pelo Governo de Israel, que pratica uma política genocida contra os Palestinos em Gaza. Existem outros exemplos…

Na última eleição, em uma eleição em que ficou patente que a extrema direita que conseguiu eleger seu maior nome para dirigir a maior potência economia do século passado, que hoje é desafiada pela China, que pelo menos até agora, não tem nenhum projeto de ser a potência Hegemônica do Planeta.

Então esse homem, instituiu uma série de tarifas alfandegárias sobre todos os países, sejam eles aliados ou inimigos. E está fazendo um tipi de política errática que tem conseguido uma coisa que na minha opinião vai terminar prejudicando seus governados: essas tarifas são um jogo de perde-perde. E os americanos já começam a sentir na pele (ou no bolso) suas consequências. Como ele considera o Brasil uma parte de seu quintal, taxou os produtos brasileiros em 50%. O que vai acarretar consequências muito graves tanto para o Brasil, como para seu país. Ele não pode mais contar com o aço canadense, teve que baixar as tarifas da china de 100% para 10 e 15%, a Zona do Euro conseguiu novos fornecedores para a maioria de seus produtos, e os preços do queijo europeu, ficou mais caro para os americanos.

No caso do Brasil, Vamos vender nosso café mais caro, pois ninguém produz tanto café quanto o Brasil, e o americano não vai deixar de tomar café; não há outro fornecedor. A Colômbia também está vendendo sob tarifas. Ele espera que Lula vá cometer o mesmo erro de Zelenski, que foi ridicularizado no Salão Oval. Lula tem mais de dez anos de Presidência, é um líder respeitado pelo mundo, não vai se submeter a esse tipo de humilhação.

Nós já passamos por uma pandemia, já passamos por 2008, em que quase o sistema financeiro do mundo colapsa, e todo comércio dos Estados unidos não passa de 1,5% de nosso PIB. Podemos esperar. Vamos ver se a “Grande potência do Norte”, que vê seus ativos escaparem entre seus dedos para longe de seu mercado instável, que vive adiando leilões de sua dívida pública por falta de compradores, venha a colapsar. Isso, se esse governante continuar a cometer seus delírios. Não precisamos saber se vai acontecer alguma crise, é apenas esperar atual: a nova crise que está por vir…

A locomotiva já estava desgovernada, então arrumaram um maquinista louco, que está botando cada vez mais lenha na caldeira.

Até quando ela aguenta?

Agora já sabemos os primeiros resultados de que essa política não vai chegar com o impacto que se imaginava. As tarifas sobre os produtos que os USA não produzem terão tarifa zero, o que deixa de fora o café, o cacau e alguns outros produtos. O restante são produtos de baixa tecnologia, que podem ser remanejados. Já é um bom sinal para nós.

Cajazeiras, 29 de julho de 2025.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

Saulo Péricles

Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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