A Saúde Pública e sua Urgência!
Desde 1964, a CNBB – através da Campanha da Fraternidade – Propõe temas-problemas para que toda a sociedade civil possa discutir, refletir e a partir dessas discussões agir. Neste ano de 2012, a Igreja Católica do Brasil lança luz sobre um dos grandes problemas sociais: A saúde Pública.
E este é na realidade um tema que afeta todos os brasileiros, independente de cor, credo ou partido político. O brasileiro que sofre com uma das mais altas cargas tributárias do planeta. Em tese, isso lhe garantiria um atendimento de saúde universal e decente. Mas não, a realidade é bem outra: Milhares de cidadãos terão de esperar quase cinco por uma cirurgia não emergencial. Nos hospitais e pronto-socorros, mais filas e queixas quanto à qualidade do atendimento.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade deste ano é promover ampla discussão sobre a realidade da saúde no Brasil e das políticas públicas da área, para contribuir na qualificação, no fortalecimento e na consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), em vista da melhoria da qualidade dos serviços, do acesso e da vida da população.
Com o lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” e como tema: Fraternidade e Saúde Pública. A Campanha é anualmente promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) da Igreja Católica Apostólica Romana. A Campanha da Fraternidade é uma campanha realizada anualmente pela Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, sempre no período da Quaresma, com o claro objetivo de despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução.
Com a proposta dessa discussão, a CNBB nos ajuda a repensarmos sobre o conceito e como vivermos bem e saudável. O que realmente significa a “saúde”?
Saúde não é só bem-estar físico, mas trabalho, casa, convivência serena com os outros. Um trabalho que me ajuda a sobreviver, e isso o povo não tem. Não tem assistência no SUS. Entra numa fila enorme; uma outra fila para receber o dinheiro, outra para receber o remédio. O que é mais grave é que tem um conjunto que não deixa o povo viver bem: os meios de transporte públicos são precários, as casas são difíceis, vivem nos cortiços, na rua, o que paga aluguel não tem outra condição. E a saúde é uma coisa muito difícil para o povo brasileiro.
Saúde e salvação significam plenitude, integridade física e espiritual, paz, prosperidade. Para muitos povos, a doença resulta da ação de forças alheias. Na antiguidade, o povo hebreu concebia a doença como consequência do pecado e da desobediência à lei. A doença era vista como castigo de Deus ao pecado do ser humano. Quando alguns judeus piedosos ocorriam aos médicos era visto como falta de fé no Deus vivo e verdadeiro, pois a doença era compreendida como uma forma de punição. E no Eclesiástico vemos a doença ser considera como o pior de todos os males (cf.30,17).
Assim, a Campanha da Fraternidade inspirada no livro do Eclesiástico retira o lema deste ano "a saúde se difunda sobre a terra" (cf. 38,8). A doença não é fruto de pecado, nem castigo de Deus e causa de atos que praticamos irresponsavelmente.
Jesus não apenas cura os doentes, mas resgata o ser humano para o meio da sociedade. È justamente esta atitude do Mestre que vemos quando lemos a parábola do Bom Samaritano, que apresenta 7 atitudes de amor que devemos ter para pelo próximo: 1º Ver – A realidade da pessoa; 2º Compadecer-se – Atitude de compaixão; 3º Aproximar-se – Ir ao encontro; 4º Curar – Derramar um sentimento; 5º Colocar no próprio animal – Colocou-se a serviço do outro os próprios bens; 6º Levar a hospedaria – Mudou o seu itinerário, adaptando-se para poder entender aquele necessitado; 7º Cuidar – Expressa intervenção samaritana, envolveu outros personagens, recursos financeiros.
O cuidar passa a ser uma missão. O espírito do samaritano deve impulsionar cada um de nós. E quando colocamos esse “cuidar” no contexto do tema da CF2012 com relação á saúde pública, ele torna-se mais exigente e provocativo.
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