Abandono e descaso
A gente bem que tenta, mas é difícil depositar confiança e credibilidade nas gestões públicas e na boa fé da classe política. Até quando algo de positivo é concretizado, posteriormente vem a indiferença dos autores e a frustração do cidadão.
Falo de centenas de ações governamentais que a população não tem a felicidade de ver efetiva serventia. Só nas redondezas de Sousa, Alto Sertão, região promissora, mas carente da intervenção pública, há dois exemplos do descaso com equipamentos capazes de fomentar renda e resgatar a auto-estima de um povo.
Inaugurada em março de 2008, com direito até a presença do então ministro Geddel Vieira Lima, a Estação de Piscicultura de Marizópolis até hoje nunca gerou um alevino sequer, apesar da capacidade de produzir 10 milhões por ano.
O prédio, orçado em R$ 1,2 milhão, está entregue as baratas, literalmente. Os tanques para criação de tilápia, tambaqui, curimatã e carpa estão secos e cobertos pelo mato. Se estivesse em funcionamento, beneficiaria sofridos sertanejos de 59 cidades. E mais: o Dnocs paga uma empresa de segurança para vigiar o prédio abandonado.
Já o Centro de Tradições Ciganas, em Sousa, custou R$ 300 mil. A inauguração trouxe em 2009 o ministro da Igualdade, Edson Santos. Até agora, não foram instalados lá computadores e biblioteca, como prometido. A Prefeitura não gasta um centavo com cursos que dariam aos ciganos educação, emprego e a dignidade do resgate da própria cultura. A única cultura que prevalece mesmo é a do faz de contas dos políticos.
Creme de jiló – Com todos os temperos a disposição na cozinha, tem chefe que consegue errar a receita e ainda deixar cair mosca no prato. E se não apagar o fogo, pode queimar as mãos.
Denaro – Conceituado restaurante de João Pessoa, especializado em massas, serviu cardápio inusitado essa semana. A mistura dos contrários quase se transformou em acre sarapatel.
Efraim Morais, a infraestrutura e o apagão – Nem a investidura na secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado ‘levantou a moral’ do ex-senador Efraim Morais (DEM). Desde que perdeu nas urnas, o democrata foi deletado do noticiário político. Até na eleição da Assembléia Legislativa, onde o seu partido tinha candidato, Efraim preferiu a discrição e pouco influenciou.
Raoni, Hervázio e o carnaval – Piada que circulou durante a semana passada nos bastidores da Câmara da Capital. O suplente Raoni Mendes (PDT) não gosta de folia, mas adoraria ver o vereador Hervázio Bezerra (PSDB) desfilando numa escola de samba. De preferência, a “Vai, Vai”.
Contradições – Médicos do PSF de Cajazeiras contabilizam dois meses de salários em atraso. Um deles, Oscar Sobral, não agüentou a humilhação e já pediu demissão. Vai para outra cidade. Enquanto isso, denuncia a Oposição, o nepotismo dá na canela na Prefeitura.
Pit Stop – O vermelho acendeu a luz. Sem combu$tível, bravos pilotos acostumados com Ferraris, agora montados em pau de arara, suplicam pela presença dos donos da escuderia.
Solidariedade – Muitos petistas estão comovidos com a angústia do ex-deputado Rodrigo Soares. Em 2011, ele já foi mais de 10 vezes a Brasília para garantir uma diretoria da Sudene. Pra aliviar – Nem só de más notícias vive Cabedelo. Nesta terça-feira, tem desfile de escolas de samba, tribos indígenas e orquestras. A festa é bancada pelo vereador Wellington Brito.
Projeto verbal – Wellington Roberto (PR) se antecipa aos fatos e já fala em 2014. Brada alto: desta vez será sim candidato ao Senado da República. Em 2010, cansou de dizer a mesma coisa.
Tangendo – O bloco “Vaca Morta”, do vereador pessoense João dos Santos (PR), saiu ontem no Padre Zé. A vaca de João rumina só de pensar no pasto do Paço Municipal.
Em casa – A quase ‘freira’ deputada Luiza Erundina (PSB) fugiu da barulhenta São Paulo e decidiu passar o carnaval descansando na tranqüilidade peculiar de sua terra natal.
Vidas opostas – O deputado Wilsinho Filho (PMDB) perdeu a notável paciência com o atraso de uma hora do vôo Brasília-João Pessoa. Imagine Cássio que espera o Senado há três meses.
Motivada – Giucélia Figueiredo (PT) está convencida da viabilidade de disputar a prefeitura de Bayeux. “Os ex-prefeitos estão quase todos fora da disputa. É hora do elemento novo”.
Outra dimensão – Hervázio Bezerra nem está no céu (Agra) e nem na terra (Oposição). Diz que chegou ao limbo, conceito “de lugar fora dos limites do céu, onde se vive a felicidade natural”.
Em Sousa – Adversários divergem do conceito de forasteiro. Governistas dizem que Marcondes Gadelha mora em Brasília. Gadelhistas lembram: Tyrone mora em Juazeiro do Norte.
PINGO QUENTE – “Eu não posso fechar portas”. Do aberto deputado Márcio Roberto (PMDB), em entrevista ao MaisPB, sobre os rumores de adesão ao governador Ricardo Coutinho.
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