Açude Lagoa do Arroz
O açude Lagoa do Arroz fica bem perto de Cajazeiras, mas em época de chuvas fortes não se chega lá. Riachos cheios, lamaçal e a erosão tornam a estrada intransitável a carros e motos. Todo bom inverno é um tormento. Já foi melhor no passado, aí pela década de 1940, quando foram executados “serviços muito expressivos, numa tentativa pioneira de perenizar o tráfico motorizado entre Cajazeiras e Brejo das Freiras, sob a orientação técnica do saudoso engenheiro civil Serafim Rodrigues Martinez”, como afirma Ignácio de Sousa Rolim, cajazeirense, que mora no Recife, mas não desprega o olhar da terrinha.
Pois bem, usando imagens do Google, o engenheiro civil Ignácio Rolim tentou reconstituir, pacientemente, o traçado da antiga estrada para Brejo das Freiras, assinalando os pontos mais importantes. Trata-se de estudo preliminar, necessário à elaboração do projeto de implantação/pavimentação do trecho de 25 km, até a PB 393, na altura de Melancias. Sem dúvida, uma contribuição inestimável a sua terra, por solicitação do MAC – Movimento dos Amigos de Cajazeiras.
O Lagoa do Arroz, com capacidade para acumular mais de 80. 220.000 m2 d’água, é o quarto maior reservatório da Paraíba, entre os 11 monitorados pelo DNOCS. Maior do que o de São Gonçalo e Condado, juntos. Não figura, todavia, entre os mais importantes, em razão da fraca potencialidade para irrigação, inexpressiva diante da vastidão das várzeas a jusante do São Gonçalo ou do açude Lima Campos, em Icó. A relevância do Lagoa do Arroz está na integração ao sistema Piranhas, ele que prende as águas à esquerda do Rio do Peixe, embora a bacia hidrográfica seja estimada em apenas 372 km2. A barragem de terra possui 37 metros de altura, 80m de sangradouro e largura de 8 metros, projetada “para a possibilidade de utilização como estrada”, segundo esclarece o DNOCS.
Construído entre 2003 e 2007, o Lagoa do Arroz continua subutilizado. Pode ser fonte de riqueza, mais expressiva ainda, nos campos da agricultura irrigada, piscicultura, turismo interno e, talvez, para o abastecimento d’água da zona norte da cidade. Área urbana, aliás, que mais cresce em Cajazeiras, com tendência a expandir-se, aceleradamente, em virtude da ampliação do campus da UFCG e do lançamento recente por empresas imobiliárias de loteamentos urbanos direcionados à classe média. Acrescentem-se os investimentos em perspectiva, a começar pela Perimetral Norte ou Eixo Viário Norte, que no futuro permitirá a ligação da BR 230 (leste) com a PB 393 e desta com a BR 230 (oeste), na saída para o Ceará, próximo ao Aeroporto Professor Pedro Moreira. Esse eixo viário é cada vez mais necessário e urgente para retirar do centro da cidade o tráfico de veículos em demanda da UFCG e da FAFIC e, também, da passagem de caminhões carregados de sal, oriundos do Rio Grande do Norte. Além, é claro, de fornecer balizas definitivas para o crescimento urbano de Cajazeiras.
Parece sonho, mas não é. A luta em prol do curso de medicina da UFCG e do aeroporto, vistas no início com desdém pelos pessimistas, começou com desenhos de plantas e pequenas ações. A iniciativa tornar o Lagoa do Arroz importante fonte de renda e emprego passa pela pavimentação da estrada. O estudo preliminar já foi feito por um cajazeirense, experiente especialista em solos e estradas. Agora, cabe a sociedade organizada assumir a tarefa de formar uma coalizão de forças políticas de todas as correntes, em ação articulada a serviço do crescimento de Cajazeiras.
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