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Renato Abrantes

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Big Donkey

13/01/2011 às 00h00

De fato, estou convencido de que vivemos numa República de Bananas.

Senão, vejamos.

Uma emissora de televisão, pela décima primeira vez, empurra “goela abaixo” da população um programa de péssimo nível moral, intelectual, cultura e formativo. Sim, sim, trata-se do Big Brother que, novamente, interrompe triunfalmente a programação normal, para formatar não apenas os “trejeitos” de quem o assiste, mas também a sua conduta e até mesmo a consciência.

Os “brother’s”, também chamados de “heróis”, serão, durante e depois do programa, considerados o centro das atenções do universo. Sob a batuta do outrora excelente jornalista, Pedro Bial, estes homens e mulheres levarão para a “nave” tudo o que há de mais sórdido.

Conversando com amigos sobre o assunto, chegamos à conclusão que o programa é, sim, a representação da sociedade atual naquilo que há de pior: cenas de nudez e sexo, estímulo à concorrência desleal, maledicências, culto do corpo, invejas, entre tantos.

E, agora, para insuflar polêmica a respeito de coisas muito sérias – e que não se discutem assim – a famigerada emissora levou para a “casa” uma pessoa que se diz “transexual”. O que esperar? Nada de bom. Não pela pessoa que lá está, mas, pelas ideias equivocadas serão geradas, sempre a partir do “achismo” (eu acho isso, eu acho aquilo).

Tudo isso pelo dinheiro, o deus deste mundo. Cada “paredão” (momento em que os telespectadores são convidados a telefonar e votar num participante a ser excluído) leva aos cofres da emissora a cifra de R$ 8 milhões. Dá para pagar o prêmio ao vencedor quase seis vezes. Isso, sem contar toda a parafernalha publicitária que é montada em torno do programa.

Li notícia recente que o vencedor do programa do ano passado já não tem mais nenhum centavo. Ele ganhou R$ 1,5 milhão!!! E querem apresentar aquele rapaz como modelo para mim? Recuso-me, assim como me recuso a assistir ao programa. Prefiro ler.

Curiosíssimo como não se faz um “Big Brother” com cientistas, artistas sérios, educadores, religiosos, formadores de opinião, gente que se destaca não pelas suas “bundas ou peitos”, mas pelas suas ideias, pelas suas descobertas, pelas contribuições… Não! De modo algum. Não haveria audiência. Será? Eu largaria meu livro e assistiria ao programa. E, assim, creio que milhões de outros brasileiros que têm alguma coisa na cabeça.

República de Bananas, isso que o Brasil é? Qualquer um faz o que quer. Inclusive manipular as consciências de toda uma nação.

Falta Executivo, falta Legislativo e falta Judiciário também. Falta sociedade civil organizada, falta Ministério Público. Faltam Igrejas, Universidade, Clubes e Associações. Está faltando muita coisa no Brasil. É por isso que ele está assim.

Quem pode e deve tomar as providências, não o faz.

E, de Big Brother em Big Brother, o povo vai ficando um “grande tolo”.

Con paciencia, el cielo se gana

 

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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