Cajazeiras precisa de um mote para puxar seu desenvolvimento

Por Josival Pereira – A cidade de Cajazeiras, por suas lideranças politicas e sociais, precisa definir um rumo para acelerar seu desenvolvimento econômico-social.
Na verdade, precisa eleger uma bandeira capaz de novamente impulsionar seu crescimento, acender um farol que possa guiar novas ideias, iniciativas e investimentos.
Existe um exemplo que tem força para explicitar os apelos acima.
No finalzinho do século passado, não muito distante, portanto, se discutia muito nos programas de rádios e fóruns de debates da sociedade civil a necessidade de encontrar caminhos para tirar Cajazeiras do marasmo e incrementar seu desenvolvimento.
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O Jornal Gazeta do Alto Piranhas, se não me engano no ano 2000, deu sua contribuição ao debate. Reuniu em sua redação alguns nomes preocupados com a situação para uma conversa mais aprofundada sobre o assunto. Dá para lembrar aqui – mediei a reflexão – as presenças dos professores Chagas Amaro, Rubismar Galvão, José Antonio e Alexandre Costa (outros nomes vão me desculpar o lapso de memória). Da roda de conversa saiu uma ideia que reputo fundamentalmente importante para o que se sucedeu em Cajazeiras nas ultimas duas décadas.
A ideia foi a de que o desenvolvimento de Cajazeiras deveria novamente ser puxado pela educação, como lá nos primórdios da cidade, com a escola do Padre Rolim. Só que, agora, com o ensino superior. Cajazeiras precisaria se inspirar na história da Fafic (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras), implantada e mantida pela Diocese, com destaque regional consolidado na década de 1970. O projeto deveria ser o de transformar Cajazeiras no maior centro de ensino superior do Sertão.
Não é preciso dizer o que veio depois. O debate se intensificou, o então candidato a prefeito, Carlos Antonio, incluiu a proposta em seu programa de governo e, eleito, desenvolveu ações para tornar a ideia em realidade; as sonhadoras Ana Godfarb e Sheila Lacerda deram vida à Faculdade Santa Maria, a Fafic implantou novos cursos, nasceu a Faculdade São Francisco, a UFPB ganhou o curso de Medicina (com grande luta da sociedade, do então deputado Jeová Campos, e ação decisiva do reitor Thompson Mariz), além da chegada e consolidação da velha Escola Técnica (hoje campus do Instituto Federal de Educação).
Qualquer que seja o ângulo de estudo, não há como não apontar, a partir da implantação dos novos
cursos de ensino superior, o surgimento de um ciclo venturoso de crescimento econômico e social de Cajazeiras.
Qual o problema, então?
Um sentimento de estagnação no desenvolvimento da cidade, especialmente se a situação é comparada com o que tem acontecido em Patos e Sousa.
Ganhando todos os equipamentos públicos regionais e grande volume de recursos para obras publicas, além dos investimentos privados, Patos tem deixado Sousa e Cajazeiras muito para trás no retrovisor do desenvolvimento. Já a iniciativa privada tem feito Cajazeiras comer poeira de Sousa.
É nesse contexto que Cajazeiras precisa de um mote para puxar o crescimento como foi o movimento de ampliação e implantação de novas faculdades e cursos de ensino superior no início do século.
O que poderia ser?
O aconselhável talvez seja não desprezar o filão da educação e a experiência da expansão do ensino superior. Ainda há muito a crescer neste campo.
O ideal talvez seja adotar um projeto na área do ensino de tecnologia de ponta. Transformar Cajazeiras num grande polo de ensino tecnológico e daí derivar para todos os negócios possíveis na área, quem sabe chegar até a produção de componentes.
O Instituto Federal (IF) já tem uma boa base com os cursos superiores de Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS), Engenharia de Controle e Automação, Engenharia Civil e Matemática e os cursos técnicos de nível médio em
Informática, Edificações e Eletromecânica. Na Fafic, existem os cursos de Bacharelado em Ciências da Computação e Bacharelado em Tecnologia em Marketing.
É um ponto de partida. Mas, e por que não a cidade oferecer mais pelo menos 15 ou 20 cursos superiores e técnicos na área de tecnologia? Por que não conseguir a implantação de um campus da UEPB focado em tecnologia, um centro tecnológico? Por que o governo do Estado e/ou a Prefeitura não aproveitam o embrião do centro de tecnologia Celso Furtado e não instalam um grande Parque Tecnológico? E por que não se conceder reduções fiscais para instalação de um centro comercial de produtos tecnológicos?
Cajazeiras merece crescer e existem caminhos que a transformariam num moderno centro do conhecimento humano. A ideia está posta.
Ah! Os analógicos políticos da cidade, que ainda usam a língua para detratar, deveriam pensar um pouco mais cidade e não apenas na próxima eleição.
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