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José Antonio

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Cavalcante: o poeta da fotografia

06/01/2023 às 20h32

Coluna de José Antonio

Por José Antonio

Faleceu neste último dia três de janeiro de 2023, José Cavalcante Júnior, conhecido como Cavalcante Fotógrafo, que com sua câmara eternizou os momentos mais importantes da história política, social e religiosa de Cajazeiras, nos últimos 37 anos.

Ele não tirava fotos, fazia imagens que iam além do clicar, porque transformava cada pessoa, cada paisagem, cada flor, cada por sol ou cada amanhecer em um poema que emocionava, porque ele tinha a sensibilidade de criar imagens para a eternidade.

Ao longo de quase três décadas eu tive dois tipos de relacionamento com Cavalcante: o de uma grande e fraterna amizade, seguida com o de sua profissão, porque fez inúmeros trabalhos como free-lance e depois como funcionário de carteira assinada, no jornal Gazeta do Alto Piranhas, que exemplar e pontualmente sempre chegou a tempo e à hora para fechar as edições do jornal.

Sempre fui um eterno apaixonado por fotografia: tinha inúmeras máquinas, flashes, filtros e consegui fazer um belo acervo, mas foi com Cavalcante que aprendi a manusear e utilizar todas as possibilidades de fazer uma boa imagem. O aluno jamais suplantaria o mestre.

A fotografia é a história que não sabemos contar em palavras, são os momentos que desejamos levar para sempre e Cavalcante tinha a consciência que sua ação ia além do clicar, porque ele transmitia emoção e criava num segundo o que ia perpetuar no futuro.

Por que Cavalcante era o “preferido”? Você não fotografa com sua máquina, mas com toda a sua cultura, o seu conhecimento do momento histórico a ser registrado e traduzido em uma imagem.

Fotografar é eternizar um segundo e vai te colocar de frente a uma realidade que nós queremos ver, sentir e se emocionar e muitas vezes ficamos, durante a edição do jornal, qual seria a melhor das fotografias, porque todas elas tinham ficado na conformidade do texto, da matéria e da reportagem.

Certo dia, telefonei para Cavalcante: “- vou precisar de seus serviços para fazer umas imagens de uma visita de um velho amigo, pelas ruas de Cajazeiras”. Passamos o dia juntos. No dia seguinte recebi o material e dentre centenas, uma fez me chorar e todas as vezes que a revejo escrevo um texto diferente sobre ela, isto é a prova mais cabal, mais profunda da sensibilidade e intuição deste meu querido amigo que partiu para a eternidade.

Como escritor, quantas mil palavras ainda vou precisar para descrever aquela imagem, enquanto ele a descreveu só com uma imagem.

Tudo que ele produzia me mostrava principalmente às imagens relativas à natureza, ao cotidiano da cidade, aos diferentes, aos personagens folclóricos, das praças, vielas, becos e ruas. Outro fato que me chamava à atenção era o da sua humildade e ia mais além, muitas vezes vinha me pedir uma opinião sobre se o que estava fazendo ia ao caminho certo. Ele exigia o melhor de si mesmo.

Lembrarei dele sempre com muito carinho, por ter me proporcionado a possibilidade de viver de novo, momentos que poderiam ter sido perdidos, apenas com um toque para a abertura do diafragma de sua máquina e como um poeta que rima imagens.

Para sua família e em especial para sua mãe, Dona Socorro, os meus sentimentos, e que ele esteja ao lado de Deus, na glória eterna, como eterno será o seu legado.

Muitas faltas e saudades você vai deixar querido amigo.

“A fotografia é uma arte para os olhos lembrarem quando o coração esquecer”

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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