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Edivan Rodrigues

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Copa de 2014 e o pirulito

10/06/2009 às 07h35

Por Francisco Cartaxo

O anúncio festivo dos 12 estados onde haverá jogos da Copa do Mundo de 2014, escondeu também muita tristeza. Em cidades como Florianópolis, Campo Grande e Belém, que brigaram até o último minuto mas ficaram fora, houve ranger de dentes. O Nordeste abocanhou 4 sedes (Fortaleza, Natal, Recife e Salvador), o Sudeste, 3, o Sul e o Centro Oeste, duas cada, e Manaus, no Norte. Aos outros estados coube chupar o dedo, o olhar perdido nas próprias fraquezas.

Não me cabe falar de critérios de escolha nem de todos os benefícios para os locais premiados. Destaco apenas a importância em termos de impulso econômico e social. A Alemanha aplicou o correspondente à cerca de 20 bilhões de reais nos preparativos para sediar a Copa de 2006, sobretudo em infra-estrutura, nos estádios e obras relacionadas com o gigantesco evento.

Aqui não será diferente. Estima-se entre 25 a 30 bilhões de reais a soma de recursos a ser investida até 2014 para deixar o Brasil em condições de fazer bonito aos olhos do mundo. Tais investimentos deixarão marcas de serventia permanente, a exemplo de construção, melhoria e ampliação de aeroportos, linhas de metrô, acessos viários, transportes coletivos. E mais, construção e equipamentos de unidades de saúde, de segurança pública e um sem números de outros itens, já levantados, analisados e chancelados pelos governos federal, estaduais e municipais, de comum acordo com a FIFA.

Em Pernambuco será construída uma cidade. Isso mesmo, uma cidade. Recife possui hoje três estádios de futebol, pertencentes aos clubes de maior projeção, mas nenhum preenche os requisitos para abrigar jogos da Copa. Por isso, a decisão foi erguer novo estádio na Região Metropolitana, em terreno de 270 hectares no município de São Lourenço da Mata. A nova cidade, ainda sem nome, abrigará, além do campo de esportes (46.200 pessoas sentadas, 6.000 vagas de estacionamento), hotéis, escolas, centros comerciais e, pasme o leitor, 9.000 moradias! Vale dizer, nascerá um núcleo urbano planejado apto a acolher mais ou menos a população de Pombal!

Para viabilizar a futura “Cidade da Copa”, localizada a menos de 20 quilômetros do centro do Recife, estima-se gastar 1 bilhão e 600 milhões de reais, dos quais, cerca de 500 milhões com a arena esportiva, 750 milhões com a cidade, além de duplicação de rodovias, extensão da linha do metrô, terminais integrados de transportes coletivos e outros itens, segundo divulgação do governo de Pernambuco que, otimista, anuncia parcerias com o governo federal, o carro-chefe dos investimentos, e empresas privadas. Nos outros centros contemplados, o clima é semelhante ao de Pernambuco.

E a Paraíba? Segundo a presidente da Federação Paraibana de Futebol, Rosilene Gomes, a Paraíba sequer enviou projeto à CBF. Talvez, por falta de tempo, preocupada que estava em saber quem, afinal, vencera a eleição de 2006: o cordão azul ou o cordão encarnado? Resta ao torcedor o consolo de assistir jogos do mundial 2014 em estado vizinho (Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco), bem mais perto do que os jogos da Copa 2010, na África do Sul… Quem sabe, chupando pirulito…


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

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Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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