D. Francisco e o Concílio Vaticano II
Por Damião Fernandes
Dom Francisco de Sales, o oitavo bispo da Diocese de Cajazeiras, tomou posse no dia 04 de Setembro de 2016. Eu atentamente, participei desta bela e significativa celebração eucarística de posse. Atento a tudo tentando ao máximo não deixar que nenhum detalhe escapasse à lente da minha câmera fotográfica (Minha esposa e eu, fizemos cobertura fotográfica na ocasião). De forma expectante, esperava o momento central da homilia do novo bispo, suas primeiras palavras, suas primeiras impressões e subjetividades, que seriam naquele momento, expressados. Quase sempre em seus discursos de posse episcopal, os Bispos deixam como expressas –proposital ou não – um tipo de modelo de governo para a Diocese na qual assumem. Em suas palavras, ficam evidentes quais as diretrizes pastorais indicadas que posteriormente serão delineadas em seus projetos de serviço. Até mesmo a frequência com que repetem palavras ou expressões, nos motes das suas ideias, apresentam-se como indícios das “moções” ou “inspirações” que recebem de Deus e inquietam seu corações de Pastor.
Com Dom Francisco de Sales não foi diferente. Quando reouvimos a sua homilia (claro que eu não poderia perder a oportunidade de registrar em áudio o seu discurso de posse) ou relemos o seu discurso de posse, algumas expressões é possível observar a sua repetição, marcando assim um delineamento da sua mensagem pastoral. Em seu discurso de posse, Dom Francisco repetenuma sequência de 09 vezes as expressões “Vaticano II” (uma vez) e “concílio” (oito vezes), destacando inicialmente, que a graça da sua nomeação como bispo de Cajazeiras acontece entre dois fatos importantes no interior da eclesiológica da Igreja: O Ano da Misericórdia, jubileu proclamado pela Papa Francisco e as comemorações de aniversário pelos 50 anos do Concilio Vaticano II.
A partir disso, afirma Dom Francisco, que “este fato confere àquele que foi escolhido uma grande responsabilidade em sua missão de Pastor e delineia horizontes bem concretos para poder pensar a vida e o dinamismo da porção da Igreja que lhe foi confiada”(Discurso de posse de Dom Francisco de Sales, pg. 2, 2016.)O oitavo Bispo de Cajazeiras, afirma assim, que mesmo diante de toda a rica história da diocese centenária, de tantos desafios vencidos em sua trajetória, existem ainda “obstáculos e resistências” a serem vencidos por essa porção do povo de Deus, a saber: O conhecimento e a consciência do significado, na história da Igreja, do Concilio Vaticano II e ainda, o seu significado enquanto prática pastoral que por ele foi suscitada no seio da Igreja, sobretudo no que diz respeito ao seu espírito de renovação que deve estar estampado na vivacidade e no dinamismo vivido.
A partir do seu discurso oficial como 8º Bispo de Cajazeiras, Dom Francisco vai passo a passo, palavra por palavras, construindo – ao meu ver – o seu programa de governo Episcopal para a centenária Diocese de Cajazeiras. O convite a toda a Igreja Diocesana, em suas mais diversas expressões é bastante clara quando ele nos interpela a “reafirmar hoje, enquanto juntos começamos a percorrer mais uma etapa de nosso caminho como Igreja Diocesana, o nosso dever eclesial de “fidelidade ao Concilio” (Beato Paulo VI), com a responsabilidade de compreendê-lo em profundidade e de atuá-lo em nossas comunidades (…)”.Já desde as suas primeiras falas, se constitui esse o seu primeiro convite.
Dom Francisco, traz o seu coração de pastor, inflamado feito brasa acesa de um profundo zelo apostólico, pela riqueza pastoral e relevância atual do espirito do concilio que revela a missão da Igreja no mundo de hoje. O novo caminho a ser percorrido pelo diocese tem no dever eclesial de fidelidade ao Concilio como um primeiro passo, a partir de uma fiel responsabilidade de “compreende-lo em profundidade” e a partir disso, atualizá-lo em nossas vidas e em nossas comunidades.
Para Dom Francisco, mesmo 50 anos depois, o espírito do Concílio Vaticano II continua mais vivo do que seja possível imaginar. E continuando vivo, deve serpara a Igreja Diocesana, tal qual “uma bússola que permite à nave da Igreja de aventurar-se em mar aberto, em meio às tempestades, ou em ondas calmas e tranquilas, para navegar segura e chegar à meta” (Bento XVI – Audiência Geral 10/10/2012).
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