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Radomécio Leite

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Divisão do poder

17/10/2008 às 22h40

O grupo político liderado pelo prefeito de Cajazeiras, médico Carlos Antonio, que saiu derrotado das eleições municipais, não perdeu totalmente o poder. A este grupo cabe ainda uma boa fatia das benesses que o poder proporciona.

Todos os vereadores da atual situação deverão perder alguns cargos de confiança, no âmbito do poder executivo, de pessoas nomeadas pelo prefeito Carlos Antonio, mas já estão diligenciando para que estas pessoas fiquem sob o abrigo ou debaixo do guarda-chuva do governo do estado. As perdas neste caso não serão totais.

Caso os senhores vereadores eleitos pelas coligações que apoiaram o candidato do prefeito Mário Messias permaneçam unidas, formando na próxima legislatura um bloco coeso de oposição, a partir do 1º de janeiro, o próximo prefeito vai ter que ser muito habilidoso para conseguir aprovar as suas mensagens junto ao poder legislativo.

No âmbito do município, a principio, o poder está dividido: um lado fez o prefeito, o outro obteve maioria na câmara municipal. Este fato poderá trazer conseqüências imprevisíveis para a cidade se os vereadores que formarão a bancada de oposição a partir de 1º de janeiro resolver votar as matérias oriundas do poder executivo sob o ângulo político-partidário.
Comenta-se que já a partir do mês de maio de 2009, o chefe do poder executivo já vai precisar enviar para apreciação e votação emendas ao orçamento e se estivermos ainda em clima eleitoral vai ser de difícil aprovação, com um detalhe: para este tipo de matéria o prefeito vai ter que contar com dois terços dos votos para aprová-la. Vale lembrar que a bancada da oposição conta com sete votos e a da situação com apenas três.

O grupo político que foi derrotado na eleição de prefeito vai continuar “mandando” em todos os órgãos do Estado o que representa uma boa fatia do poder no território do município. Do ponto de visto histórico vamos vivenciar pela primeira vez esta experiência, já que o candidato a prefeito que tinha o apoio do governo do estado sempre saiu vitorioso em nosso município e esta regra foi quebrada.

O exemplo mais patente desta situação foi vivenciado na semana que passou, quando o prefeito eleito, que é funcionário lotado no Hospital Regional de Cajazeiras e dá dois plantões a cada quinze dias precisou tirar “umas férias” foi até a direção do HRC e comunicou que o seu pai, que também é médico, iria substituí-lo neste período. A direção da casa teria ponderado que não seria possível, mas o prefeito teria afirmado que ia ser desta maneira e no dia do plantão o médico Antonio Vituriano foi preterido de trabalhar no Hospital Regional, em substituição ao seu filho.

O médico Léo Abreu, mesmo sendo o prefeito eleito de Cajazeiras, talvez não tenha ainda percebido que os “territórios estaduais” não lhe pertencem e que estão sob o comando do grupo político que saiu derrotado das urnas, mas não perdeu o domínio sobre os órgãos estaduais.

Sob a ótica da responsabilidade o médico Léo Abreu tomou uma atitude elogiável que ao precisar se afastar da cidade se dirigiu até o seu local de trabalho e teria, para não causar transtornos, indicado o seu substituto, mas do ponto de vista político-partidário, os “contrários” “bloquearam” a sua atitude, com um recado subliminar: “aqui quem manda somos nós”.

O fato é que a partir do dia 1º de janeiro de 2009 vamos ter no município de Cajazeiras uma situação política nunca experimentada. antes, com dois grupos políticos muito fortes, cuja caixa de ressonância poderá ser na Câmara Municipal de Cajazeiras e nas “falas” do atual prefeito de Cajazeiras, médico Carlos Antonio, que vai se constituir num qualificado e importante membro das oposições.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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