Doenças da política de Cajazeiras em relação à saúde

Por Josival Pereira – Preste-se atenção na extensa lista de serviços e programas na área de medicina a seguir:
– Hospital do Coração;
– Centro de Cardiologia com hemodinâmica;
– Hospital do Bem (dentro de oncologia com acelerador linear;
– Maternidade de alto risco, referência na 3ª macro-região de Saúde;
– Hospital Pediátrico, referência na 3ª macro-região de Saúde;
– Hospital de Trauma do Sertão (em construção, com investimentos de R$140 milhões).
Acrescente-se a tudo isso um curso superior de Odontologia público (UFCG) e um curso de medicina privado.
Registre-se, ainda, que esses serviços e programas de alta complexidade estão concentrados em uma única cidade do Sertão da Paraíba e que não há como não reconhecer que se trata de um respeitável centro regional de saúde, digno de reconhecimento e de aplausos.
Todos esses serviços e programas estão concentrados na cidade de Patos, no Sertão da Paraíba, e, com exceção do curso de medicina, todos são serviços públicos implantados em passado recentíssimo.
O município de Patos é, sem dúvidas, na atualidade, um centro regional de saúde pública dotado de serviços que, até bem pouco tempo, como são os serviços e programas cardiológicos e de oncologia, só os grandes centros ofereciam, e talvez não com a qualidade que dispõe o Sertão.
Não dá para fazer todos esses registros sem pensar em Cajazeiras. Por que Cajazeiras não é também, como Patos, um centro regional de saúde, oferecendo serviços e programas públicos de alta complexidade? Por que uma cidade que conta com dois cursos de medicina (um público e outro privado) um curso de biomedicina (privado), dois cursos de enfermagem (um público e outro privado) e um curso técnico em enfermagem (público) ainda não conseguiu evoluir e se estabelecer como centro regional de saúde referência em alta complexidade?
Anote-se, para tornar esse questionamento ainda mais grave, que o curso técnico em enfermagem existe desde 1975, inicialmente no Colégio Diocesano Padre Rolim e depois incorporado pela UFPB em 1980; o curso superior em enfermagem funciona na UFCG desde 2007 e o curso de medicina da UFCG foi aprovado em 2011. Ironicamente, o curso de medicina resultou de uma disputa politica bastante acirrada com a cidade de Patos.
Por que Cajazeiras ficou para trás?
Lamentavelmente, a responsabilidade vai recair sobre a política. Falta de visão, de unidade, de ousadia, de comprometimento e e de capacidade de pensar grande e no desenvolvimento social de cidade. São muitas as doenças da política de Cajazeiras.
Pior é que, ao longo da história, Cajazeiras contou com vários expressivos líderes políticos que exerciam a medicina. Prefeitos, deputados, secretários e até senador. Apesar dessa abundância, também não existem anotações de que nenhum deles tenha sequer encampado a luta pela construção de um grande hospital para a cidade, deixando a impressão para a história de que o melhor para a política é o eleitor carente de saúde.
Pelo visto, porém, em Patos, a política resolveu tomar a derrota pelo curso de medicina como lição e se resolveu na saúde.
Ah! Antes de finalizar, destaque-se: dispor de um deputado federal é essencial e, lamente-se, mas o eleitor tem sua parcela de culpa em toda essa história.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.

Deixe seu comentário