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Edivan Rodrigues

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Eles e a Petrobras

02/06/2009 às 16h02

Por Francisco Cartaxo

Eles nunca foram tão ágeis. Num piscar de olhos criaram Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar supostos atos de corrupção na Petrobras. Eles dizem que tratam do assunto sem emoção, tecnicamente. E alegam defender a probidade administrativa, a transparência para fortalecer a Petrobras. Eles são falsos, falam de olho fixo na câmera de tevê, enxergando a si mesmos no antegozo da repercussão de discursos balofos, depois de instalada a Comissão. Eles dissimulam interesses subalternos. Jamais levaram adiante iniciativas para revelar, por exemplo, como as grandes empreiteiras de obras e serviços públicos engordam o “caixa dois” das campanhas eleitorais de todos os partidos e o patrimônio de alguns políticos sem escrúpulos. Ou para desvendar o labirinto das privatizações de dezenas de empresas estatais. Ah, nisto eles são eficientes: barram qualquer investigação.

Quem são eles? São os mesmos que, quando estavam no poder, quiseram entregar a Petrobras a mãos estranhas. Estranhas aos interesses do Brasil. Bem que tentaram. Ensaiaram mudar o nome para Petrobrax. Por quê? Para associá-lo à marca do óleo Lubrax, fabricado pela estatal… Parece piada. Mas não foi. Recuaram, frustrados, diante da reação pronta da maioria. A gente não esquece. FHC, o presidente da República que chamou os aposentados de vagabundos, invocou até a luta de seu pai, o general Cardoso, a favor da patriótica campanha “o petróleo é nosso”, na década de 1950, que precedeu à criação da Petrobras. Puro disfarce.

Eles são assim. Salvo um ou outro, agregado mais recentemente por conveniência oportunista, são os mesmos que venderam parte substancial do patrimônio do povo brasileiro, em nome do liberalismo, o mercado feito o senhor do bem. Hoje desmoralizado, as vísceras dos trambiques financeiros expostas, graças à luz da crise econômica mundial, que nasceu, aliás, no núcleo de fomento da ideologia neoliberal.

Do furacão privatizante escaparam a Petrobras, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, BNB, BASA e mais alguns. Por um triz a CHESF não entra na corrente deles… Não invento. Mesmo sendo desnecessário, recorro ao testemunho da presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho que, em documento oficial, o Balanço Social, 2005, escreveu:

“A partir de 2003, a CAIXA recebeu o claro desafio do governo federal: iniciar ações inovadoras que reposicionassem a empresa como importante instrumento de políticas públicas do país. A diretoria (…) afastou as ameaças de privatização, revogou instrumentos autoritários de gestão de pessoas.”

Foi mais do que “ameaças de privatização”. E eles diziam, então, que era fantasia de dinossauro… Mentira. Eles obedeciam ao FMI. Na verdade, eles são aqueles que nunca aceitaram um operário na presidência da República. Agora põem armadilhas no andamento do PAC, do qual a Petrobras é o braço forte. A Petrobras gera empregos produtivos, realiza pesados investimentos em plena crise mundial para ampliar as reservas de óleo e gás, desde o Vale do Rio do Peixe, na Paraíba, às águas profundas além das camadas de sal no mar do Sudeste. A Petrobras também implanta novas refinarias e apóia a cultura popular. E mais, ao investir em todos os continentes, ajuda a redesenhar o mapa geopolítico mundial.

Eles não se conformam. Por isso, são ágeis em armar intrigas subalternas.

Publicado em Gazeta do Alto Piranhas, Cajazeiras-PB, 29/05/09.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

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