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Adalberto dos Santos

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Em versos, Chico Xavier protesta contra a saída de Padre Humberto, de Cajazeiras

18/01/2008 às 17h32

Na terra da cultura, como Cajazeiras é popularmente conhecida, a poesia de Chico Xavier e Chico de Assis mais uma vez ganha forma de protesto e ecoa nos quatro cantos da cidade, agora para falar, em sextilha, sobre a polêmica saída de Padre Humberto, da Paróquia São João Bosco.

Nesse repente, cantado ao vivo no programa Além da Notícia de ontem, 18, a simplicidade dos versos dos poetas cajazeirenses representa a tristeza e a indignação que envolve a terra de Padre Rolim, que chora às vésperas da despedida de um dos párocos mais queridos da cidade.

* * * *

Vou falar em Padre Humberto, em Deus e Nossa Senhora
Um que tá triste por dentro, o outro que por fora chora
Que a Mãe grita e lamenta vendo seu filho ir embora

Até a viola chora na ida de Padre Humberto
Eu não estou satisfeito e nem de coração aberto
Que eu não sei quem tá errado nem descobri quem tá certo

Solidários ao Padre Humberto a gente atrás da paz
O movimento contrário o povo se une e faz
Que a paz está difícil, mas eu tô correndo atrás

Eu sei que ele está em paz e não dá passada perdida
Se não reverter o quadro e for o jeito mesmo a saída
Nós vamos ter que chorar nessa sua despedida

Eu estou triste ma vida e o meu coração se inflama
A cidade quer que fique, outra cidade lhe chama
O padre está de mudança e a população reclama

Vai ficar quem muito ama o padre que a gente adora
São tantas missas por dia e tem um terço toda hora
E depois de tudo feito, o vigário vai embora

Pois eu vou dizer agora que alguém pediu pra pedir
O Padre Milton avisou e eu parei pra ouvir
Que o próprio Padre Humberto foi quem pediu pra sair

Eu sei que ele vai sair e tem imprensa comentando
O Bispo já deu a ordem e o padre ta viajando
E o Papa não tá sabendo que a cidade está chorando

O povo está soluçando por causa da decisão
Remanejamento cedo nos causa muita aflição
Que quando o pastor está bem, atingi a população

Eu faço a comparação nessa nossa brincadeira
Não tem água que não molhe; sei que toda rosa cheira
E a Igreja São João Bosco sem Padre Humberto Mangueira

O bispo sem brincadeira está sendo independente
O bispo tem que ouvir a opinião da gente
Pra amenizar um pouco as dores que a gente sente

Sei que vai ser diferente, é bom que a saudade pese
Porém, não é bom que a gente queira sustentar a tese
Que ninguém pode ser contra as normas da Diocese

É bom que alguém nos reze e alguma coisa indique
A população católica quer que o Padre Humberto fique
Pra nossa fé aumentar e Deus continuar chique

Eu peço que o padre fique pra eu lhe ver todo dia
Eu já sei que ele é poeta e que adora poesia
Isso é a pura verdade, não é uma idolatria

Através da poesia esse quadro a gente ajeita
A transferência do padre tem gente até que respeita
Outras se pegou com tanto, mas mudar-se não aceita

A ida a gente respeita, a volta eu respeito também
E do jeito que ele está indo, vai ficar daqui e além
E quem sente saudade dele, se arrisca chorar também

Ninguém vai mais sentir bem na casa paroquial
Não é quadro irreversível pra não se abrir um canal
Nem do lado irredutível do mundo espiritual

Eu não sei se isso é igual, e dizer isso eu nem queria
Nem tava marcada a hora e nem era marcado o dia
Paulista vai receber quem Cajazeiras queria

Já cantei com alegria pra nossa comunidade
Demos parabéns cantando a nosso Petson de Andrade
Que se não tiver o céu, mas já possui a metade

Eu encontrei liberdade para fazer meu serviço:
A despedida do padre. Cantar é meu compromisso
E a Rádio Oeste é a rádio que transmite tudo isso

Eu vim fazer o serviço pra o povo nos escutando
A gente fica sozinho, o padre está se mudando
Minha boca está dizendo e o coração está chorando

Jocivan Pinheiro
Da redação do DIÁRIO DO SERTÃO

Adalberto dos Santos

Adalberto dos Santos

“O apetite pelo poder cria monstros, o apetite pela beleza, seja um romance, uma pintura ou uma sinfonia, desperta sensibilidades para o mundo e a condição humana.” (Mario Vargas Llosa)

Contato: [email protected]

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