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Abraão Vitoriano

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Escrever, a afirmação da vida

26/06/2014 às 22h51

Lygia Fagundes Telles afirma que o autor escreve para negar a morte. Consistiria nesta tônica o motivo maior em escrever e, por ventura, publicar? 

Em conversa com um amigo, cujos textos enunciam um lirismo arrebatador, ele indaga quais as razões do meu fazer literário, qual o propósito em lançar um livro. Na sua ânsia por respostas, contra-argumenta que o fato dos leitores merecerem esta ou aquela produção não prepondera uma justificativa. Ele deseja mais. Como fonte límpida a jorrar na manhã do sertão, apresento-lhe as minhas realidades, mergulho fundo nas circunstâncias e glórias de enamorar o ofício das palavras. 

Aprendi desde cedo a digladiar com fantasmas, entre estes: o perfeccionismo. Pouco acreditava em mim. Colecionava incertezas. Alisava culpas. Escrever era catarse e só. No máximo, alimentava um blog (É o Menino-Homem?) e postava textos pelas redes sociais. Tudo passível ao olhar criterioso e imperdoável do carrasco que criei. Em 2011, a convite do poeta e professor Carlos Gildemar Pontes, participei de uma coletânea de artigos sobre literatura. Uma experiência louvável. Um salto de coragem – para alguém que não vislumbrava em si a possibilidade de escrever como chama de vida. 

Em 2012, após sucessivas crises de ansiedade, quando o mundo sucumbia em mim; Gildemar encorajou-me a enviar um poema para concorrer ao Prêmio Poesia Livre – Novos Poetas (Vivara Editoral Nacional). Para minha surpresa, fui contemplado. Um vigor indispensável para a construção do “Pétalas Raras” (2013), uma obra que nasceu da dor e dela floresceu. Na compilação e revisão dos poemas. Nas noites em claro. Na montanha russa das incertezas e coragens. Durei até ali para vivenciar o sagrado. O espetáculo de cores da Poesia. Nela encontrei “motivos” para acreditar. E acreditar, para mim, é escrever. Minha alma, meu corpo, meu espírito passaram a necessitar desta liturgia. Uma vez que não escrevo, não existo. Acredito que o leitor também participa desta comunhão. Confiro a mim, pois, a missão de espelhar os grãos de tal bem-aventurança. 

Não sei se meus argumentos convenceram o meu nobre amigo. Não sei se consegui responder a provocação que elenquei a princípio. Na verdade, não ambiciono afirmativas. Agora estou em “Estado de Graça”, a fé e rebento de cada manhã. Naquele que lê a “flor” que escrevo, renasço nele e renascer é fulgurar! 

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

Contato: [email protected]

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

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