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Edivan Rodrigues

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Estratégia de Lula para 2010

25/08/2009 às 10h41

Por Francisco Cartaxo

A corrida eleitoral de 2010 foi antecipada. Sem um nome forte à altura de disputar sua sucessão, o presidente Lula induz a coalizão partidária que apoio seu governo a aceitar a candidatura da ministra Dilma Rousseff. A preferência seria de José Dirceu ou Antônio Palocci, não fossem chamuscados na voragem de escândalos ampliados pela mídia. Sendo Dilma pouco conhecida, o presidente optou por lançá-la de imediato como pré-candidata, apressando sua escolha. A escolha e a conseqüente estratégia de campanha.

Erro de avaliação, talvez. Por trás de toda a movimentação pré-eleitoral em favor de Dilma está o eixo estratégico de tornar o pleito de 2010 um plebiscito de fato, em que o eleitor julgaria governo de Lula, comparando-o com o de Fernando Henrique. Assim, Lula deseja levar o embate para o confronto entre a gestão petista e a do PSDB, o partido do presidenciável José Serra. Lula age dessa forma porque confia na sua capacidade de transferir votos, governante muito bem avaliado que é, exibindo os maiores índices de aceitação da história do Brasil.

Esta estratégia é discutível. Entre outros motivos, porque nasce de premissa falsa: a transferência automática de votos. A respeito disso, não preciso dizer nada além de lembrar o insucesso eleitoral de Carlos Antônio ao tentar eleger Marinho prefeito de Cajazeiras, em 2008, episódio ainda fresco na memória de todos, quando Léo Abreu o derrotou.

Outra falha é armar a plataforma de campanha olhando para trás. No fundo é nisso que resulta a tática de fazer da eleição de 2010 um plebiscito. Errado. O eleitor gosta de propostas voltadas para o futuro, ainda que sejam sonhos. O sonho faz parte dos impulsos da alma, mexe com emoções. Talvez por isso, o simples anúncio da possível candidatura de Marina Silva à presidência da República tenha causado um reboliço enorme nos meios políticos, entre pessoas comuns da classe média ansiosas para sair do desencanto provocado, em grande parte, pela ausência de utopias.

Um terceiro ponto frágil da estratégia de Lula é não considerar, no plano tático, a diversidade de pontos de vista dentro da própria base de apoio a sua gestão. Basta sentir a posição do PSB, presidido nacionalmente pelo governador Eduardo Campos, que defende a pluralidade de candidatos afinados com Lula para levar a disputa ao segundo turno.

Por esse raciocínio, Ciro Gomes desponta como a opção de maior relevo, mercê de sua trajetória política, carregada de experiência no executivo, no parlamento e, na qualidade de postulante pela terceira vez à presidência da República, com nome muito conhecido e sem forte rejeição. E mais, a candidatura de Ciro viria inserida num contexto, favorável, de apoio a um projeto capaz de assegurar as conquistas da era Lula e de avançar na consolidação do Brasil como nação forte no novo desenho geopolítico mundial. Ciro Gomes se acha preparado. Até para assumir a condição de protagonista e não de coadjuvante. Isso a gente vai saber já, já.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

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Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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