Futebol do Nordeste
Colega do BNB, ligado ao futebol cearense, costumava dizer, há mais de 30 anos, que os times do Nordeste lutam, lutam para ficar no mesmo lugar. Ele se referia ao objetivo maior das agremiações nordestinas: não serem rebaixadas. Pouco mudou desde então. Mas em 2008 houve um alento, embora não represente mudança estrutural, que só ocorrerá quando findar o brutal desequilíbrio na economia brasileira.
Este ano, a elite do futebol nordestino se saiu bem na série A, composta de vinte clubes. Os três daqui permanecem onde estão, com destaque para o Vitória, da Bahia, que terminou o campeonato em 10º lugar, portanto, um dos representantes do Brasil na Copa Sul-americana. O Vitória venceu quatro partidas fora de casa, incluindo a última, domingo passado, ao despachar o Vasco para a segunda divisão. O Sport, do Recife, ficou ali colado no 11º lugar. Nem precisava, pois já fora campeão da Copa do Brasil, garantindo-se na Copa Libertadores da América, o mais importante torneio do Continente. O Náutico, do Recife, entre avanços e recuos, conseguiu escapar da descida para a segundona.
Integram a série B 20 clubes: 7 são do Sudeste (todos de São Paulo), 6 do Nordeste, 4 do Sul e 3 do Centro-Oeste. Na segunda divisão, o Nordeste sofreu apenas uma baixa, o CRB, de Alagoas, mas, em compensação não foi efetivo competidor na busca do sonhado acesso à elite do futebol brasileiro. E veja-se que nela estão forças expressivas da Região, tais como o Bahia, o Fortaleza, o Ceará, o ABC e o América, de Natal. No início do campeonato, muito se esperava do desempenho dos times nordestinos, vários deles experientes em disputas nacionais de peso. Só o Bahia ficou entre os 10 primeiros na classificação final, longe do objetivo de ascender à série A.
E a série C? Aqui uma ponta de orgulho. Após longo percurso, restaram oito finalistas, dos quais metade subiu para a série B. O Confiança, de Sergipe, e o Campinense estiveram entre os oito e, para alegria geral da Paraíba, a “raposa” subiu de patamar. Assim, em 2009, não vamos ficar chupando dedo, vendo pela televisão apenas os dos jogos dos outros.
Em resumo, o Nordeste segurou seus três clubes na série A, com direito a percorrer com o Sport Recife e o Vitória, da Bahia, os gramados da América Latina; permaneceu com seis agremiações na série B, na troca do CRB pelo Campinense. Este ingressou na faixa intermediária do futebol brasileiro e enfrentará times tradicionais como o Vasco, Bahia, Ceará, Portuguesa, Guarani e Ponte Preta, entre outros. Continuamos como no passado, mas com o consolo de ver dois de nossos times em gramados estrangeiros. E a Paraíba na série B.
E o futebol de Cajazeiras? Sofreu tropeço enorme este ano, mas daremos a volta por cima e em 2009, quem sabe, estarei aqui a vibrar com o Atlético e o Paraíba, autorizado por Reudesman Lopes, para alegria de Tico Miudeza.
P S – E Santa Cruz, do Recife? Meu time? Esqueçamos 2008..
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