I Fórum de Desenvolvimento de Cajazeiras
Por Francisco Cartaxo
O debate com o pré-candidato a governador Ricardo Coutinho, nesta sexta-feira à noite no Teatro Íracles Pires, dá início ao I Fórum de Desenvolvimento de Cajazeiras. Na seqüência virá o governador José Maranhão. O Movimento dos Amigos de Cajazeiras (MAC), entidade informal responsável pela idéia e organização do I Fórum, convidou os dois pré-candidatos, na mesma semana de fevereiro, ficando na dependência da disponibilidade de cada um. Sugeriu, no entanto, que fosse marcada a data o mais cedo possível, antes da campanha eleitoral entrar em ritmo alucinante.
Por quê? Para evitar que as discussões sejam contaminadas pela excessiva exaltação dos ânimos, como é costume às vésperas da eleição, prejudicando a racionalidade e o sentido do evento. Esses e outros aspectos do debate foram avaliados, exaustivamente, pelo MAC na análise feita, muito antes das definições de candidaturas ao governo.
Para que tanto cuidado? Para puder alcançar os objetivos fixados pelo MAC, entre eles, o de atrair para o sertão as atenções da elite política estadual, dos cientistas sociais, da mídia, do cidadão comum para o debate sério de problemas cruciais de nossa região. E, por essa via, incorporá-los à agenda programática dos candidatos.
O I Fórum de Desenvolvimento de Cajazeiras é muito mais abrangente do que indica o nome. A dimensão geográfica, por exemplo, extrapola os limites do município de Cajazeiras por trazer à baila temas do interesse do Vale do Rio do Peixe e, sob certo aspecto, além do Vale, na medida em que alguns temas alcançam à zona semi-árida e à própria Paraíba. Para facilitar o encaminhamento das discussões, o MAC elaborou um texto que foi repassado às assessorias dos pré-candidatos e divulgado, também, no jornal Gazeta do Alto Piranhas, edição nº 587, que circulou no dia 12 de março passado.
Que esperar do I Fórum? Muita coisa. Antes de tudo, seriedade na abordagem das questões postas ao debate. Debate, aliás, entre a comunidade e o pré-candidato. Por isso, virá um de cada vez. Do contrário, a sociedade local correria o risco de apenas testemunhar troca de farpas entre os postulantes, como sucede no modelo usado na televisão. Isto não interessa a Cajazeiras. Não é essa a discussão que queremos. Esse tipo de debate fermenta paixões, diverte, instiga a militância, mas não educa. Ao contrário, pode até inibir reflexões acerca das idéias, dos projetos dos pré-candidatos. E o pior, impede que a comunidade se expresse olho no olho. Ela e o pré-candidato frente a frente.
Portanto, o I Fórum é excepcional oportunidade para discutir problemas substantivos de interesse coletivo, ligados ao presente e ao futuro da região polarizada por Cajazeiras. Este não é, ainda, o momento apropriado para apresentar aos pré-candidatos pauta definitiva de reivindicações, como tradicionalmente se faz. Reivindicações quase sempre acatadas em tom solene, às vezes no palanque, para agradar aos eleitores. No entanto, mais adiante, ao serem cobradas, transformam-se em promessas de campanha. E promessas, o vento leva.
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