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Alexandre Costa

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Inteligência Artificial nas eleições: avanço ou ameaça?

19/02/2024 às 19h20 • atualizado em 19/02/2024 às 20h04

Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Por Alexandre Costa – O desassossego social com o mau uso da inteligência artificial (IA) e suas nocivas consequências nas próximas eleições municipais atingiu um nível que chega às raias da paranoia. O desvirtuamento do uso dessa tecnologia com a utilização das deepfakes, uma técnica de manipulação de imagens e vídeos que utiliza algoritmos de aprendizagem de maquina pra produzir conteúdo falso extremamente convincente, registrada em larga escala nas últimas eleições do Reino Unido, EUA e Argentina fundamentam essa preocupação: postagem de um vídeo com a ex-primeira-ministra Margareth Thatcher ordenando a invasão Ilhas Malvinas em 1982, imagens de Trump sendo preso por policiais e um recente vídeo do primeiro-ministro britânico Rinsk Sunak anunciando que vai testar um aplicativo do Elon Musk para coletar transações do mercado de ações, demostram nitidamente que essa poderosíssima tecnologia desde que não seja contida por regras e limites pode simplesmente “tudo”.

Até que ponto a IA pode interferir para contribuir nos processos eleitorais para termos eleições isentas, limpas e transparentes que consolidem a democracia ou para serem usadas criminosamente como manipulação para disseminar conteúdos falsos por meio de imagens e vídeos que possam desestabilizar um pleito para favorecer um determinado candidato que não reúne às mínimas condições de sair vitorioso na disputa.

Enquanto a IA avança no mundo descontroladamente numa vertiginosa escala exponencial sem qualquer controle ou regramento, aqui no Brasil, o Congresso Nacional e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda batem cabeça para definir quem tem competência criar uma legislação para regular o uso dessa tecnologia. Quando chegarem ao consenso este regramento já estará caduco. Assim é o mundo da IA.

O disciplinamento para o uso dessa tecnologia nas próximas eleições de outubro será por via de simples resoluções do TSE ficando para eleições de 2026 a utilização de uma legislação específica que ponha freios e limites nesta zorra eleitoral tecnológica.

O avanço descontrolado desta tecnologia já assusta os maiores especialistas e profissionais do mundo que trabalham na área como o professor e escritor Yuval Noah Harari, autor do livro (Sapiens e Homo Deus), Steve Wozniac (cofundador da Apple) e Elon Musk (CEO da Space X e Tesla) já pediram em uma carta aberta a suspensão de pesquisas com sistemas de IA preocupados com os “grandes riscos para a sociedade e a humanidade frente à corrida armamentista descontrolada dos laboratórios para desenvolver e implantar mentes digitais cada vez mais poderosas que ninguém nem mesmo seus criadores podem entender, prever ou controlar de forma confiável”.

Não vejo motivo para tamanha paranoia, na verdade, a IA apesar de poderosíssima é uma ferramenta e como ferramenta deve ser tratada. Um bisturi nas mãos de um médico salvas vidas, nas mãos de um assassino tira vidas. Cabe aos humanos o bom ou mau uso dessa tecnologia, pois, dessa opção depende o futuro da raça humana na terra.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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