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Abraão Vitoriano

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Machismo é doença

18/12/2015 às 13h06

O caso Fabíola inspira uma importante reflexão, preconiza um tema ao qual não conseguimos superar: o machismo. Homem pode trair, mulher não? Nasci numa sociedade machista, na qual mulheres ocupavam uma figura secundária, as coadjuvantes da história. O marido, responsável pela moral e bons costumes da casa, conferia o "suficiente" para o sustento da família – e ainda que não honrasse com seus compromissos, sua esposa trabalhava duas vezes para pagar as contas dele e manter o lar. 

Mulheres não cruzavam ruas sozinhas, podiam ficar mal faladas. Mulheres não usavam roupas decotadas ou com custas nuas, "isto é coisa de quiba", era o que falavam. As próprias mães instruíam suas filhas a serem machistas, a suportar o lado cruel d: traição, indiferença, violências física e psicóloga. Às mulheres: uma pia de pratos e o silêncio. Escutei muito que uma mulher só era feliz tendo um menino no braço, uma lata d'água na cabeça e um pinto beliscando uma ferida. 

Os machões abondavam tudo para viver com outras e as pessoas rapidamente esqueciam. As separadas, contudo, tornam-se alvo de comentários ardilosos e descabidos. Um homem que ajudava a mulher na lida: era criticado. Mulheres sentadas numa mesa de bar, um pandemônio, o anúncio do apocalipse. Meninos beijavam mil meninas. Meninas que namoravam mais um batizavam logo de rodadas.

 
Por isto, não venham com este papo que não existe machismo, apenas cada um deve ser respeito no seu ponto de vista, inclusive, os que se mostram mais afeito a máxima “do faça o que digo, mas não faça o que faço”. Assim como há Fabíolas, há inúmeros Fábios que saem de casa para jogar literalmente uma pelada, a exemplo. A traição, na minha visão, apresenta-se incoerente em ambas as situações. Ora, por que criticar exclusivamente a mulher? Nada de que o mundo é assim, do mesmo modo que aprendemos o machismo, também podemos tentar desaprendê-lo. 

Danem-se todos os argumentos em favor desta ordem execrável e pavorosa. Ah, o machismo, escória, engodo, câncer de alma.

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

Contato: [email protected]

Abraão Vitoriano

Abraão Vitoriano

Formado em Letras e Pedagogia. Pós-graduado em Educação. Escritor. Poeta. Revisor de textos. Professor na Faculdade São Francisco da Paraíba e na Escola M. E. I. E. F Augusto Bernadino de Sousa.

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