Maniqueísmo
Uma nova termelétrica (investimento de R$ 170 milhões) e seis mil empregos via a Call Center de Campina Grande, estudos para instalação de um parque eólico, o sonhado Centro de Convenções começa a ganhar corpo e forma, 400 novos veículos e reforço no arsenal para a Polícia. Tudo isso foi registrado na semana findada.
Notícias que se desmancharam no ar, tal qual a teoria de Marx. É como se na prática elas não interferissem na vida do povo paraibano, tão carente de boas novas. Mas aonde danado este colunista quer chegar, pergunta já meio invocado o digno leitor aí do seu canto. No canto da razão, somente, respondo com serenidade.
Na Paraíba de hoje, enxergar algo positivo é acinte quando deveria ser obrigação ou torcida sincera para que as coisas desabrochem e andem. Jornalista que identifica um acerto, cidadão que vislumbra esperança e adversário capaz de reconhecer um avanço são estigmatizados, pela ordem, como governista, babaca ou adesista.
Estamos envoltos numa cegueira que torna miragem tudo que não seja o caos pregado ou pretendido. Há ranger de dentes quando alguém, feito eu, comete o ‘disparate’ de comemorar uma semana proativa. Coisa que não me tira pedaço, só me empresta autoridade na hora de criticar os muitos desacertos do atual governo. A coragem que me serve é aquela que, antes de tudo, me faça justo.
Ruim – Coragem pra bradar que o governo tem desempenhos sofríveis na segurança e agricultura, por exemplo, e que tem humilhado flagrantemente prestadores de serviço.
Bom – Coragem pra elogiar programas como o Orçamento Democrático, o Empreender, o Pacto Social, as obras das estradas e a decisão de tocar ações das gestões anteriores.
Conspirações internas e guerra fria – Quando se rumina nos bastidores as origens das principais crises geradas no Governo Maranhão III chega-se ao DNA do fogo amigo e cruzado que incendiava em altas labaredas da Granja ao Centro Administrativo. Mini-grupos se digladiavam, com ou sem o conhecimento do então governador. Não tinha mesmo como terminar bem.
Primeira mão – A revelação do senador Cícero Lucena, na última sexta, de que Ronaldo, do alto de seu delicado estado de saúde, teria pedido voto em seu favor a Cássio, confirmou o que a Coluna antecipou no mesmo dia: é do poeta e ex-governador a digital da reconciliação.
Cisma da militância – À Coluna, até os mais ortodoxos da tese da candidatura própria concordam numa coisa: Luciano Cartaxo só enfrenta resistências porque não construiu relação de identidade partidária. É visto como um petista que sempre pensou primeiro nele e depois nele.
Gesto – O governador Ricardo Coutinho e a pré-candidata do PSB, Estelizabel Bezerra, chegaram no mesmo carro à festa de aniversário da vereadora Sandra Marrocos.
Pacto – Os vereadores Nelson Gomes, Jóia Germano e o suplente em exercício Fabrini Brito fecharam acordo de unidade. A tentativa é garimpar garantia da vice para o PRP.
Revezamento – Na ágora de Sousa surge um fenômeno no clã Gadelha. Os primos André e Leonardo se revezam na tribuna da Assembléia e da Câmara contra o prefeito Fábio Tyrone (PTB).
Por esporte – Demitido do governo e da presidência do PPS, Zé Bernardino passa o dia inteiro nas redes sociais praticando seu mais novo hobby: retuitar matérias contra o governador.
Vácuo – Ciceristas mais ponderados já concordam com observação da Coluna. Falta a Cícero o protagonismo de movimentos pré-campanha típicos de um candidato focado em gestão.
Morgado – Para quem já foi prefeito, é presidente de um grande partido e crítico da atual gestão, o natural seria partir na frente com seminários e fóruns de debates dos gargalos da cidade.
Agora vai – Após a definição das comissões temáticas, o deputado Ruy Carneiro já está com passe livre para ceder vaga ao suplente Major Fábio (DEM), conforme acertado com Cícero.
Pormenores – O tucano e o democrata já discutiram anteriormente os termos da licença. Faltam apenas chegar ao consenso em alguns, porém, preponderantes detalhes. Eu diria: decisivos.
Intercâmbio – O ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio (DEM), vai final do mês a Washington (EUA), onde participa de especialização em gestão pública, presente do seu partido.
A volta – Um ex-secretário da Prefeitura da Capital tem tudo pra voltar ainda na gestão de Agra (abril) ao mesmo cargo ocupado noutro recente governo. Pela cota do próprio prefeito.
PINGO QUENTE – “Quem entende de sangue é ele”. Do secretário Lucius Fabiani (Sedurb) revidando críticas do vereador Mangueira, que já trabalhou como açougueiro, segundo a infalível memória do petista.
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