No RADIO VERDADE, a verdade é de quem?
Sempre fui um admirador do bom jornalismo. Daquele jornalismo feito com maestria, com ética e com irrestrito respeito á liberdade de expressão. Quando digo liberdade, não estou me referindo apenas a capacidade de dizer o que se quer dizer sem nenhum critério ou finalidade, falar “abobrinhas” a torta e a direita. Mas é justamente o contrário: A liberdade de expressão que se pauta em levar informações baseadas sob critérios morais e verossímeis. A liberdade de se expressar sob qualquer circunstancia. Infelizmente, o que se percebe em Cajazeiras é justamente o inverso de tudo isso. Alguns radialistas que pautam sua prática profissional aliado á um Corporativismo Estatal. Radialistas que tem lado e cor específicos, quando moralmente deveriam ser imparciais.
Não precisamos ir longe. Basta que transitemos por alguns dos portais particulares, blogs políticos ou programas de radíos diários, para que possamos reconhecer quem são aqueles profissionais que usam ou não de coerência pessoal e profissional em suas palavras, naquilo que escrevem ou naquilo que falam quando usam suas armas, seus microfones e suas palavras.
É possível reconhecer quem são aqueles ditos Radialistas que nas configurações políticas do governo passado, criticavam energicamente aquele governo, teciam as mais altas críticas, jogavam tomates e tudo mais. Agora, pelas circunstancias politiqueiras, neste atual governo municipal, se tornaram defensores por função e por profissão. E para defendê-lo, não medem atitudes ou palavras.
Agem publicamente contra a Sociedade Democrática de Direito violando o que há de mais líquido e constitucional nos Direitos Humanos: Que é a liberdade de expressão de todo e qualquer cidadão. Em muitas rádios Privadas e Comunitárias de Cajazeiras, expressar sua opinião, sobretudo quando ela se mostra contrária á dos Radialistas de Plantão, tem se tornado quase um crime, sob pena do ouvinte ser desrespeitosamente “cortado” ao VIVO.
Pela repercussão nas redes sociais, sobretudo no Facebook, acredito não ser novidade que nesses dias, minha esposa Magna de Sousa, foi indelicadamente “cortada AO VIVO” e posteriormente desrespeitada, também AO VIVO – no programa RADIO VERDADE da Radio Arapuan FM chamada de mentirosa, irresponsável e intransigente, quando na verdade ela simplesmente expressava sua opinião sobre o fato de muitos servidores públicos municipal estarem sendo penalizados com dois meses de atrasos em seus pagamentos – Novembro e Dezembro /2012- e por isso seus nomes incluídos no SPC, pois estavam também em atraso com os empréstimos consignados.
É claro e evidente que os radialistas em pauta culpabilizavam o Banco Santander e isentavam de qualquer responsabilidade o Governo Municipal. Então “a verdade” no Programa RADIO VERDADE já estava estabelecida. As opiniões contrárias eram tidas como irresponsáveis, intransigentes e mentirosas. O slogan “A sua opinião é demais respeitada” ou "porque a verdade é pra ser dita" é pura retórica e um repetitivo blá blá blá.
Guardando as devidas exceções, poderíamos afirmar que a cidade de Cajazeiras necessita de profissionais de imprensa que sejam coerentes entre suas palavras e atitudes – não podemos afirmar categoricamente que não existam, mas precisamos procurar como agulha no palheiro. Precisamos de profissionais que valorizem e respeitem as opiniões divergentes e se preocupem em oferecer á sociedade apenas a verdade pura e simples dos fatos, sem maquiagem ou manipulações.
Uma imprensa verdadeiramente livre é o que precisamos. Pois ela colabora na formação de conceitos, de mentalidades, valores e em última análise, gera a opinião pública, ou seja, é por meio da imprensa falada e escrita que a população é influenciada a pensar o que pensa, a falar o que fala e a entender o que entende. A imprensa tem um papel fundamental na construção dos significados sociais e culturais numa determinada sociedade. Quanto mais uma sociedade é beneficiada pela presença de profissionais de uma imprensa livre, coerente, ética, mais esta mesma sociedade se apresenta consciente de seus direitos e deveres. Um povo consciente de seus Direitos e Deveres? Mas a quem tudo isso interessa?
Cajazeiras, " A terra que ensinou a Paraíba a fazer rádio", precisa deixar de viver sob os fantasmas desses mitos ineficazes ou seus ídolos lingüísticos e começar a construir uma sociedade alicerçada na verdade das coisas, das pessoas e dos fatos. Pois uma sociedade que se alimenta de mentiras não estabelece categorias culturais que mereçam orgulhar-se depois.
Para Pensar:
SOBRE A LEI DE RADIODIFUSÃO| Decreto nº 52.795, de 31 de outubro de 1963
Expressão do Pensamento
Art. 66 – "São livres as críticas e os conceitos desfavoráveis, ainda que veementes, bem como a narrativa de fatos verdadeiros, guardadas as restrições estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos poderes do Estado".
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário