O Bolsa Família pode quebrar a Previdência?

Por Alexandre Costa – As contundentes declarações do Ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU), sobre incongruências no programa Bolsa Família chamou atenção pela forma da abordagem direta com ácidas e fundamentadas criticas ao programa brasileiro considerado um dos maiores de transferência de renda do mundo.
O ministro Nardes, na contramão da classe politica que evita qualquer tipo de crítica e censura ao programa pelo simples medo perder votos, meteu o dedo na ferida acusando as desvirtuações do programa como um dos responsáveis pela quebradeira na Previdência Social partindo de argumento bastante simples: “O Brasil está indo praticamente para a falência, vai haver um colapso. Hoje 56% do que se arrecada no país é para pagar a Previdência porque não tem mais gente trabalhando, o que está acontecendo hoje é que todo mundo recebe algum tipo de auxílio, você não encontra mais pessoas para trabalhar, a gente não esta ensinando a pescar, só dá o dinheiro, estamos criando pessoas dependendo do Estado, as pessoas só recebem, elas não querem mais emprego, querem bico porque recebem tanto dinheiro de um lado e de outro, ninguém quer trabalhar.”.
A análise de Nardes além de ser corajosa e lúcida, foi extremamente cirúrgica, pois, reflete claramente a dura realidade do empreendedor brasileiro para tocar o seu negócio. A situação é critica, dos 20,6 milhões de famílias beneficiárias do programa, 7 milhões continuam no programa há mais de 10 anos, gerando um custo aos cofres da União, somente em 2024, a bagatela de R$ 168,3 bilhões que não contribuem com nada com a Previdência Social gerando um círculo vicioso de uma conta que nunca fecha, mas já tem um desfecho final: a insolvência do Sistema Previdenciário Brasileiro.
O desvirtuamento total do programa ficou escancarado com a divulgação de um estudo do Banco Central onde aponta que os beneficiários do Programa gastam em média R$30 bilhões por mês, somente com apostas esportivas. Um escarnio para o contribuinte brasileiro que se tornou em avacalhação quando o presidente daquela instituição financeira, Gabriel Galípolo afirmou que “nada podia fazer” para impedir isso.
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Nada contra o Bolsa Família e os seus propósitos, não defendo sua extinção, sou contra o seu desvirtuamento, defendo sim o seu aprimoramento, com a introdução de mecanismos à prova de arroubos populistas, e que o torne temporário, a chamada porta de saída, capacitando e reinserindo o beneficiário no mercado de trabalho. Esta é a saída.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, presidente da CDL-Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).
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