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Alexandre Costa

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O Brasil está doente?

17/12/2025 às 18h34

Coluna de Alexandre Costa - Foto: frame de vídeo/internet

Por Alexandre Costa – O episódio grotesco do deputado Glauber Braga, sendo retirado à força da cadeira do presidente da Câmara dos Deputados pela polícia legislativa, produziu imagens deprimentes que rodaram o mundo, demonstrando incontestavelmente que chegamos ao limite da degradação das nossas instituições. O Brasil está doente!

O caso do useiro e vezeiro deputado Glauber em protagonizar estes ridículos espetáculos na Casa é apenas um dos graves sintomas da degeneração do nosso tecido institucional, que a cada dia vem sendo corroído por dentro por membros do alto escalão destas instituições que tinham o dever de aprimorá-las e protegê-las.

Não é só o poder legislativo com suas práticas amorais em manejar emendas parlamentares que ferem os princípios basilares da transparência pública, legislarem em causa própria para se autoproteger de seus malfeitos e falcatruas, como foi o caso da malsucedida PEC da Blindagem, abusos inaceitáveis que contribuem a cada dia para a erosão da nossa democracia.

Neste quesito, o Judiciário também dá a sua “contribuição”. Entendo que hoje o maior fator de instabilização institucional do país está instalado na nossa Corte Maior, que, ao se tornar uma instância política, embarcou na maior aventura jurídica da sua história que, no afã de “defender a democracia”, a estuprou numa abusiva escalada processual persecutória, fundamentada em falsas narrativas recheadas de ponta a ponta de aberrações jurídicas sem precedentes que levaram injustamente para a cadeia, com penas altíssimas, um monte de baderneiros militantes e um ex-presidente da República de um determinado espectro político.

Nestas duas últimas semanas vieram à tona fatos deploráveis que denotam claramente que chegamos ao fundo do poço da ética e da decência das nossas instituições. O envolvimento de dois ministros desta Corte no maior golpe no sistema financeiro brasileiro, que culminou com a liquidação do banco Master, um rombo na praça que ultrapassa os R$ 12 bilhões, atesta isso.

Estarreceu o país o escárnio explícito do “tour” do ministro Dias Toffoli, a bordo de um jatinho e na companhia do advogado do já liquidado banco Master para assistir a um jogo de futebol no Peru.  Dias depois, este mesmo ministro decretou sigilo absoluto dos inquéritos deste banco e tomou para si todas as investigações envolvendo a instituição financeira controlada pelo banqueiro Daniel Vorcaro.

O outro fato abjeto que possivelmente liga o crime organizado a membros da nossa Suprema Corte foi um milionário contrato, encontrado no celular do banqueiro Vorcaro, preso durante a Operação Compliance, entre o escritório de advocacia da esposa e filhos do ministro Alexandre de Moraes com o banco Master no valor de R$ 129 milhões no prazo de 36 meses com um pagamento mensal de R$ 3.600. Algo surreal em termos de contratos advocatícios em todo o mundo.

Na outra ponta, o ministro Gilmar Mendes, temeroso com os desdobramentos das reações contrárias a estes ministros abusivos, resolve, numa ação desesperada, de forma monocrática, alterar a lei de impeachment de ministros da Corte numa forma descarada de blindar estes fora da lei.   Não resistiu à pressão, teve que recuar em parte da sua nefasta intenção.

O poder executivo também “contribui” para onda avassaladora desmoralizante, em que um filho e um irmão do atual presidente da República são investigados na CPMI do INSS como suspeitos de serem mentores dos descontos fraudulentos em benefícios de aposentados e pensionistas daquele órgão.

Acredito que é chegada a hora de realizarmos uma grande faxina no país, sem dar golpes, nem muito menos atacar as instituições. Precisamos, sim, ir para as ruas em um grande movimento de engajamento nacional nos moldes das grandes manifestações de 2013 para extirparmos estes vermes incrustados no poder que solapam a nossa democracia.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

Alexandre Costa

Alexandre Costa

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

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