O primeiro voto
O primeiro voto é como o primeiro emprego, ninguém esquece. Ou o primeiro sutiã, o namoro, o primeiro beijo. Ou as primeiras emoções do rito de passagem para a adolescência. Ninguém esquece. Existe porém uma diferença essencial entre o voto de estréia e essas coisas aqui lembradas. Estas, escondem-se na alma de cada um. O primeiro voto, ao contrário, mexe com o futuro de muita gente. Por isso ao digitar a urna eletrônica pela vez primeira para prefeito e vereador, cabe ao cidadão e à cidadã estreante uma enorme responsabilidade. Para seu próprio bem. Para o bem de sua cidade. Daí o cuidado na escolha dos candidatos.
Lembro-me bem de meu primeiro voto. Foi para governador. Estudava em Fortaleza e sufraguei em 1958 o nome de Parsifal Barroso, entre outras razões, porque me impressionei com o refrão “Meu avô já dizia: havendo outro, não vote em Távora”. No caso, o coronel Virgílio Távora que perdeu. Quatro anos depois foi eleito governador pela coligação “União pelo Ceará”, antecipando em dois anos o golpe militar de 1964, ao juntar na mesma legenda governo e oposição. Nunca me arrependi de meu primeiro voto.
Se o primeiro voto for para prefeito, então, a escolha cresce de significação porque o gestor municipal está bem próximo dos destinos da comunidade, do nosso futuro imediato. Sendo em Cajazeiras, aumenta mais ainda o peso que recai sobre os ombros de quem estréia na urna. Por quê? Porque Cajazeiras vive uma fase de sua história que precisa de um administrador de visão estratégica capaz de ajudá-la a expandir-se na educação, na saúde, na disciplina do crescimento urbano, enfim, necessita de alguém que lhe possa dar rumo seguro. Alguém merecedor da confiança coletiva.
Quem possui título de eleitor tirado após as eleições de 2004 nunca votou para prefeito. Já votou em candidato a governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Para prefeito, não. Esses eleitores novos formam um contingente de 4.556 eleitores, 11% do eleitorado de Cajazeiras, que hoje soma 41.667 pessoas aptas a votar. A maioria, com idade dos dezesseis aos vinte e poucos anos, é constituída de estudantes. Moças e rapazes que procuram um lugar ao sol, não importa que seja morador do centro, dos bairros, da zona rural do município. Ou esteja afastada de Cajazeiras, provisoriamente, porque estuda fora ou por outro motivo qualquer. Os jovens constituem um grupo que, pela generosidade própria da idade, reúne condições para encarar o pleito com independência, sem as amarras que, às vezes, prendem os mais velhos a compromissos subalternos.
Por ser uma parcela expressiva, o voto dos jovens poderá decidir o pleito para prefeito e alterar a composição da Câmara de Vereadores de Cajazeiras em 2008. Se assim for, no futuro, o eleitor estreante de hoje vai recordar com orgulho o seu primeiro voto.
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